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NHANDEVA-Guarani
Dialeto da língua GUARANI,
para cujos falantes se empregam denominações variadas: Avá Katú Eté,
Avá-Guarani ou Nhandeva (Ñandeva). No Mato Grosso do Sul, por oposição aos KAIOWÁ,
são designados simplesmente “Guarani”. Nos trabalhos de antropologia, no Brasil,
por influência da obra de Egon Schaden (1954), essa parcialidade é geralmente
referida pela designação Nhandeva.
Os Nhandeva
possuem muitas comunidades no Paraguay e, no Brasil, no Mato Grosso do Sul.
Além disso, há comunidades Nhandeva, em menor número, nos estados do Sul do
Brasil, especialmente em Santa Catarina e Paraná. Uma das comunidades
Nhandeva que se tornou mais conhecida no Brasil é a do Ocoí, cujas terras
foram inundadas em 1982 pela Hidrelétrica de Itaipu, sem a adequada
compensação aos índios. Outro conjunto de seis aldeias, duas do norte do
Paraná e quatro no Estado de São Paulo, tem sido identificados, por suas
peculiaridades, como Nhandewa-Guarani (Costa 2003).
As principais
fontes sobre essa língua são: o trabalho de Nimuendaju ([1914] 1987) sobre
os Apapokuva do Araribá (especialmente, cap.II) e a análise fonológica de
Consuelo Costa do dialeto das comunidades Nhandewa-Guarani de São Paulo e
norte do Paraná. O principal registro de narrativas nessa língua, no
Brasil, é ainda aquele feito por Nimuendaju, no mesmo trabalho. A língua
como atualmente falada está registrada em um livro de textos, para uso
escolar, produzido pelas próprias comunidades (Kunhã Nimbopyruá et alii
2002). Do Nhandewa no Paraguay há um clássico trabalho de Cadogan (1959),
com valiosas notas lingüísticas.
(M.A.)
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