A inclusão espacial seria o oposto da exclusão espacial, não necessariamente visível nas formas espaciais (VASCONCELOS, 2013, p. 122). Um exemplo disso está na tentativa de melhorias nos transportes para dar acesso aos moradores da periferia às regiões centrais, como ocorreu em Paris, na França, com os trens de alta velocidade.
No Brasil, as condições deixam a desejar e os moradores da periferia gastam grande tempo nos transportes coletivos e nas baldeações. O bilhete de integração, ou bilhete único, é uma tentativa de inclusão desses sujeitos, facilitando os acessos às regiões centrais.
O acesso aos espaços também tem se direcionado aos portadores de deficiência física, por meio da construção de rampas, melhorias nas calçadas, sinalizações para deficientes visuais, acesso a transporte coletivo, vagas reservadas em estacionamentos de estabelecimentos comerciais, etc.
A noção de “moradia digna”, presente em legislações e programas de habitação para famílias de baixa renda, tem estabelecido uma relação entre a moradia e a localização, a fim de que os projetos habitacionais evitem a ocupação de áreas distantes dos locais de trabalho. Criam-se, assim, condições para se aproveitar espaços próximos aos locais que proporcionem oportunidades de trabalho.
Assim, a inclusão espacial tem em vista o movimento dos sujeitos no espaço da cidade ou a ocupação de espaços com melhores condições de vida e trabalho. É preciso considerar, no entanto, que as práticas de inclusão muitas vezes se apresentam como uma questão de “assistência social” ou “trabalho voluntário”, esquecendo-se muitas vezes que os cidadãos já estão incluídos na sociedade, no sentido de fazer parte dela, e que o Estado deve proporcionar a eles condições básicas satisfatórias às quais têm direito.
Bibliografia
VASCONCELOS, P. Contribuição para o debate sobre processos e formas socioespaciais nas cidades. In P. C. VASCONCELOS; A.; CORRÊA, R. L.; PINTAUDI, S. M. (Orgs.) A Cidade Contemporânea – segregação espacial. São Paulo: Contexto, 2013.