A nomeação artista de rua se expandiu nos últimos anos como uma maneira de relacionar a atuação do artista ao espaço da rua, ao espaço público. Isso trouxe alguns deslocamentos que acompanham as transformações de sentido por que passa a palavra “rua”, significando para além do espaço físico, aspectos sociais e políticos da contemporaneidade.
A locução artista de rua ainda não aparece em vários dicionários atuais, como o Aulete Digital (2015). É um neologismo que dá continuidade a uma série de palavras que signifcam ocupações artísticas em espaços públicos, e pouco utilizadas hoje, como saltimbanco (“Artista popular itinerante, que integra grupos de circo, teatro que fazem exibições em praças e em pequenas cidades do interior”).
Mas os artistas de rua nem sempre são itinerantes ou integram grupos. Eles estão ligados aos processos de individualização dos sujeitos e grande parte deles apresenta suas habilidades isoladamente no espaço público, em praças, calçadas ou sinaleiros.
São chamados de artistas de rua, hoje em dia, grafiteiros, malabares, atores performáticos, palhaços, músicos de rua, artistas que apresentam técnicas circenses, poetas, artistas do movimetno hip-hop, teatro de rua, acrobatas, estátuas vivas, etc.).
Para além da individualidade do artista de rua, eles se inserem nos movimentos mais amplos que fazem da rua um lugar social e político, após décadas de declínio social e moral do espaço público. Retomando atividades artísticas nesse espaço, busca-se romper com a indiferença e a tecnicidade aí presentes. O sinaleiro é emblemático a esse respeito, pois é justamente um ponto de parada no trânsito, em que os mororistas são expostos a esse contato imprevisível com a arte.
Bibliografia
AULETE DIGITAL – O DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.aulete.com.br. Acesso em 17 de março de 2015.