Apresentação

 

 

Com satisfação ímpar, apresentamos o segundo volume do vigésimo oitavo número da revista RUA na celebração da efeméride dos 30 anos do Laboratório de Estudos Urbanos responsável por sua edição. Vida longa a esse espaço institucional! O Labeurb instala formas outras de refletir sobre o espaço urbano, dentre elas uma política editorial que inclui a publicação da revista RUA! Vida longa a essa revista que completa 28 anos de existência. Labeurb e RUA caminham lado a lado há muito tempo! Celebremos! Celebramos e agradecemos! A todos os autores, pareceristas e equipe técnica que mantêm a revista com sua pujança e atualidade. Muito obrigada!

Abrimos a seção Estudos com o artigo Forma sujeito histórica e sujeito de direito: as bases da sociedade capitalista e os gestos de interpretação de Eni Puccinelli Orlandi, em que a autora nos traz com força sua reflexão sobre a relação, no capitalismo, entre a democracia, o Jurídico e o Estado na rede discursiva em que os sujeitos se inserem nas práticas com a terra nas dimensões da propriedade, do uso, do trabalho. Em seguida, temos o artigo “Deus, pátria, família”: os sentidos do fascismo brasileiro de João Paulo Martins de Almeida em que trabalha a relação entre um funcionamento religioso -evangélico e a formação ideológica do capitalismo abrindo possibilidade de efeitos de sentido de um discurso fascista no Brasil em um batimento contínuo entre memória e atualização. Olhando para essa atualização, Deborah Pereira em Rua Marielle Franco: uma proposta de análise semântica busca tecer uma reflexão acerca do enunciado “Rua Marielle Franco”, pensando principalmente na multiplicação de placas de rua com este enunciado após a depredação da placa original por dois deputados do PSL. Do espaço da rua para a articulação entre a rua e o digital, Pixação e o circuito artístico brasileiro: ambiguidades e convergências, de Priscila Mocelin Lara e Patricia Camera Varella trabalham a relação entre o pixo e os diversos espaços artísticos (galeria, museu, espaço público e privado), considerando os diferentes embates surgidos na área teórica, relativos aos conceitos que envolvem o uso das imagens e seus significados nas pesquisas sobre história da arte e o campo da cultura visual. Digital, corpo e memória, por sua vez, se entrelaçam em Por um arquivo (d)e memória:  corpos-trans na Argentina e no Brasil de André Cavalcante e Lucília Maria Abrahão e Sousa propondo a construção de arquivos digitais sobre a transgeneridade na Argentina e no Brasil, lançando um olhar sobre as subjetividades trans no decorrer da história, observando como o trabalho de arquivo é feito na incompletude e na falta, questionando, também, quais saberes sobre os corpos-trans podem/devem ser inscritos no fio do discurso. Os discursos na reabilitação urbana e a dimensão do city marketing: o caso do centro da cidade de São Paulo de Geise Brizotti Pasquotto contrasta o discurso de reabilitação urbana do centro de São Paulo e os modos como os sujeitos citadinos se relacionam com esse espaço, olhando, particularmente, para o funcionamento das propagandas de Estado. Também se preocupando com apropriações diversas do espaço, Míriam Santini de Abreu, em O conflito entre apropriação e dominação nas Batalhas de Rap em Florianópolis (SC), analisa o conflito entre apropriação e dominação na repressão às chamadas “Batalhas de Rap” ou “Batalhas da Alfândega”, realizadas no Largo de mesmo nome, no Centro Histórico de Florianópolis (SC). Ainda observando formas de apropriação que se efetivam, André Luís Santos de Sousa, Márcia Maria Couto Mello e Ana Licks Almeida Silva, em Apropriação do espaço público: as praças contemporâneas, trabalho e lazer analisam as transformações provocadas pelo comércio informal ocorridas no espaço público, especificamente na Praça do Caranguejo, município de Lauro de Freitas/BA, área central no bairro que propiciou seu crescimento demográfico e consolidação comercial. Fechando a seção Estudos, temos Cartografias afetivas: trajetos incertos, inventando cidades de Kátia Maria Kasper, Gabriela de Sousa Tóffoli e Thalita Alves Sejanes, no qual as autoras constroem uma escrita da/na cidade pelas marcas de quem por ela caminha, na tensão entre a cidade e o caminhante que intervém nela produzindo paisagens, arquiteturas, meios-lugares, quedas, derivas, (in)servíveis. Na seção Artes temos Ao farmacêutico, peça uma memória, de Marcela Lins e Guilherme Benzaquen.

 E na seção Notícias e Resenhas, além da síntese das atividades realizadas no segundo semestre de 2022 pelos pesquisadores do Labeurb, temos duas resenhas: Blockchain: promessas e potenciais da tecnologia, de Márcia Pinheiro Ohlson, sobre o livro organizado por Lucia Santaella intitulado A expansão social do blockchain e Testemunho e memoriável: frente ao impossível de dizer, uma reinvenção possível de Andréa Rodrigues e Luiza Castello Branco, sobre a obra Testemunhos de resistência e revolta – um estudo em Análise do Discurso de Bethania Mariani.

Boa leitura!

 

 

                                                                                                                              

 

 

 





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