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Coreanos no Brasil
Oficialmente, a imigração coreana no Brasil teve
seu início em 23 de fevereiro de 1963. Mas antes dessa data pequenos
grupos de coreanos que haviam sido prisioneiros na Guerra da Coréia
(1950-53), já haviam chegado ao Brasil.
Os
primeiros imigrantes (107 pessoas) vieram na condição de colonos
agrícolas e chegaram ao porto de Santos, São Paulo. Eles vinham
cheios de esperanças e sonhos em busca de novas oportunidades.
Já
no grande fluxo imigratório que ocorreu entre 1963 e 1974, a maioria
dos coreanos optou por fixar seu domicílio nas cidades. Só uma
pequena parte escolheu o campo, quer pela ausência de infra-estrutura
para se dedicar à agricultura, quer pelos problemas enfrentados, como
o dos posseiros ilegais da terra, que impediam a fixação dos
imigrantes coreanos no campo.
Segundo
pesquisa realizada pela Policia Federal, estima-se que cerca de 50 mil imigrantes
(sul-coreanos) vivem no Brasil. Atualmente, a grande maioria dos imigrantes
coreanos está concentrada na cidade de São Paulo (96,84%: segundo
a pesquisa de Choi (1991)) e na região do ABCD, em Campinas, Santos,
e também nas outras capitais brasileiras como Porto Alegre, Curitiba,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Brasília, etc.
Uma
pesquisa sobre a procedência dos imigrantes da Coréia ainda
não foi realizada, mas estima-se que quase 60% de imigrantes vêm
da região sul (Kyungsan-Do) e central (Seul e Kyungki-Do) da Coréia
do Sul.
Os
coreanos sofreram dificuldades na nova terra: os costumes e a cultura dos
dois povos são bastante diferentes, assim como o idioma, o que provoca
sérios problemas de comunicação. Eles, entretanto, superaram
esses obstáculos e hoje estão começando a integrar-se
no país através de seus filhos, que promovem a integração
da cultura coreana com as tradições brasileiras.
A
comunidade coreana é um dos mais recentes grupos de imigrantes na
cidade. A primeira leva chegou no início dos anos 60, mas a comunidade
não precisou de muito tempo para deixar sua marca nas cidades.
Os Coreanos em São Paulo
Os
primeiros imigrantes coreanos que chegaram em São Paulo no início
dos anos 60 se instalaram na Baixada do Glicério. Ali moraram e abriram
seus negócios. Com o passar do tempo, a comunidade começou a
mudar seu comércio para o Brás e o bairro preferido dos coreanos
para morar passou a ser a Aclimação. Nos anos 90, o comércio
atacadista e de produtos mais baratos se fixou no Brás, enquanto as
lojas das confecções coreanas voltadas para a moda feminina
mais sofisticada mudaram-se para o Bom Retiro. Por ter os seus negócios
naquele bairro, boa parte da comunidade coreana mudou também suas
residências para o Bom Retiro, que hoje é notadamente um bairro
também de coreanos, que ali convivem com outras comunidades imigrantes
com preferência pelo bairro, como os gregos e os judeus.
Ao
receber os coreanos, esses bairros também tiveram sua feição
remodelada. Até então, eles estavam relativamente decadentes
e mal cuidados, mas a chegada dos coreanos, com as modernas instalações
de suas lojas e fábricas e as ofertas de artigos altamente competitivos,
deram a esses bairros grande enfoque comercial, atraindo comerciantes e consumidores
e transformando-os em uma referência no segmento.
Vida Comunitária
A
vida comunitária associada com as atividades religiosas (principalmente
evangélicas), industriais e comerciais resultou na criação
de várias associações coreanas de cunho religioso, cultural,
esportivo ou representativo. Entre elas, destacam-se a Associação
Brasileira dos Coreanos, entidade civil representativa da comunidade coreana
no Brasil; a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coréia;
a Associação Brasileira dos Desportistas Coreanos; além
de várias igrejas protestantes, uma igreja católica e um templo
budista.
Atualmente
as lideranças coreanas no Brasil estão empenhadas em ampliar
a integração dos imigrantes com a sociedade brasileira, através
de maior abertura cultural e convívio estreito com as comunidades locais.
Um exemplo é o caso do Conseg-Bom Retiro (Conselho Comunitário
de Segurança-Bom Retiro), cuja presidência é ocupada por
um coreano naturalizado brasileiro. Outro exemplo é a Escola Polilogos,
também no Bom Retiro, construída com recursos da comunidade
e do governo coreano, aberta a brasileiros e coreanos, que oferece o ensino
fundamental nos dois idiomas. Há também muitas atividades beneficentes
realizadas tanto pela Associação Brasileira dos Coreanos, como
pelas entidades religiosas da comunidade. Ações que são
maneiras de formar parcerias com as pessoas e com o país que acolheu
tão hospitaleiramente os imigrantes que chegaram da Coréia.
As
datas principais comemoradas pela Comunidade Coreana em São Paulo
são:
-
01 de janeiro: Ano Novo
-
12 de fevereiro: Dia da Imigração Coreana
-
15 de agosto: Dia da Independência da Coréia (data nacional)
Cultura Coreana no Brasil
Os imigrantes coreanos trouxeram para o Brasil as suas artes marciais,
o taekondô e o hapkidô. Atualmente, o taekondô é
bastante popular no Brasil.
1)TAEKONDÔ
Esta
arte marcial foi criada há dois mil anos na península onde
hoje estão a Coréia do Sul e a Coréia do Norte. A origem
do Taekondô se confunde com a própria história do povo
coreano, e a luta é considerada uma manifestação cultural
do país. Atualmente, o taekondô é um esporte Olímpico
e está nos Jogos Pan-americanos e Sul-americanos. É praticado
em mais de 160 países, e está espalhado pelos cinco continentes.
A tradução de taekondô quer dizer “o caminho dos pés
e das mãos”. De acordo com sua filosofia, só há três
razões para usar suas habilidades: para defesa pessoal ou da família,
para defesa de sua equipe de arte marcial em torneios e para defesa de seu
país.
1-1)
O taekondô no Brasil
O
taekondô foi introduzido no Brasil em 1970 com a chegada do Grão-Mestre
Sang Min Cho. Ele não sabia falar português, nem tinha qualquer
conhecimento da cultura brasileira, mas inaugurou a primeira academia do país,
em São Paulo, no bairro da Liberdade. Através do Grão-Mestre
Sang Min Cho começaram a chegar outros mestres coreanos para começar
a expansão do taekondô no Brasil. Rapidamente, o taekondô
se tornou uma das artes marciais mais populares entre nós.
2) HAPKIDÔ
O
hapkidô é uma arte marcial relativamente nova, mas com raízes
antigas. Utiliza movimentos circulares, chutes, socos, quedas, técnicas
de desequilibrar o oponente, arremessar e redirecionar a energia em vantagem
do praticante. Em estágios mais avançados, usa o manejo de armas
como espadas, bastões, bengalas, leques e nunchacos.
2-1)
O hapkidô no Brasil
O
hapkidô chegou ao Brasil no final dos anos 60. Em 1971, o Mestre Park
Sung Jae veio oficialmente para São Paulo, representando a Korea Hapkido
Association, especialmente para dar aulas ao exército brasileiro.
Atualmente, quando se fala em confecção feminina,
lembra-se imediatamente dos coreanos. Apesar de estarem presentes em várias
outras áreas de atividade, é com o ramo de confecções
que os coreanos ficaram conhecidos pelos paulistanos. A presença coreana
nesse ramo é mesmo marcante: de cada três peças de moda
feminina produzidas no Brasil, uma sai de uma confecção coreana.
E mais de 70% da comunidade está envolvida com o ramo têxtil.
Estima-se que existam mais de mil confecções coreanas no Bom
Retiro e outras oitocentas no Brás. As lojas de boa parte de comerciantes
coreanos foram compradas de imigrantes judeus, que até a o início
dos anos 70 dominaram o comércio do Bom Retiro.
No
Bom Retiro, que tem 1800 lojas, os coreanos já controlam 70% dos pontos-de-venda
e, no bairro do Brás, sua participação é de 20%,
no total dos cinco mil estabelecimentos.
Entre
as várias atividades econômicas dos imigrantes coreanos, destacam-se
a indústria e o comércio de artigos de vestuário, comércio
varejista, indústria e comércio de produtos eletroeletrônicos,
comércio exterior, profissões liberais (engenheiros, arquitetos,
médicos, advogados, dentistas, artistas), além de expressiva
presença (proporcionalmente à sua população) no
quadro do funcionalismo público (delegados de polícia, promotores,
juízes federais e estaduais, fiscais estaduais e federais de reita).
Além
de imigrantes, há outros grupos coreanos residentes no Brasil, como
estudantes universitários que vêm para aprender português
(HanKuk University of Foreign Studies e Pusan University of Foreign Studies)
e os empregados de órgõs públicos, empresas publicas
e privadas coreanas que vêm trabalhar temporariamente em suas instalações
locais.
Segundo
o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coréia,
Thomaz Choi, uma possível explicação pela predileção
dos coreanos pela confecção é que o coreano é
dedicado, trabalha muito, é rápido, mas quer resultados igualmente
rápidos. E a área de confecção, apesar de muitas
vezes exigir até vinte horas de trabalho, oferece um retorno rápido
de todo esse investimento. Segundo a informação do ex-presidente
da Associação Brasileira dos Coreanos (2003), as lojas coreanas
empregam cerca de 60 mil pessoas em São Paulo.
Os
principais meios de comunicação e publicações
da Comunidade Coreana por meio da língua coreana em São Paulo.
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Jornais diários e semanais: CHO SUN, DONG-A, HAN KOOK, JOONG ANG,
JORNAL FASHION, NAMIRO, NEWS BRASIL, SÃO PAULO JOURNAL.
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Revista: IDEALISMO E CULTURA
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Canal de Televisão: TV CORÉIA, YTN (real time via satélite)
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Web Site: www.kol.com.br, www.hanin.com.br, www.hanaro.com.br
(D.B.)
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