Aspectos Históricos



Nacionalismo


O nacionalismo constitui-se como uma forma de consciência de grupo, de pertencimento ou de ligação a uma nação; como ideologias baseadas na valorização da nação-Estado como forma ideal de organização política; como “ideologia que justifica a nação-Estado” (Gerth e Mills, Dicionário de Ciências Sociais, MEC); bem como, ainda, o processo histórico pelo qual as nações modernas têm-se estabelecido como unidades políticas independentes.
As ideologias nacionalistas pressupõem elementos como a independência da nação-Estado, a busca de progresso nacional e a manutenção de uma lealdade suprema dos indivíduos à nação-Estado, entre outros.
Entre os fatores que produzem consciência de grupo no nacionalismo encontram-se a literatura, os sistemas de valores, as tradições históricas, a identidade de governo, os símbolos e a língua, entre outros, que as nações procuram administrar em função da manutenção da coesão social e da unidade política.
Deste modo, no Brasil, as línguas dos imigrantes (assim como as demais) foram historicamente administradas em função da manutenção deste ideal de coesão social e de unidade política. Embora as iniciativas do Estado na direção do processo de nacionalização dos imigrantes possam ser verificadas já desde o início do século XX, foi no contexto do Estado Novo (1937-1945) que o processo de nacionalização dos imigrantes atingiu o seu ápice, quando as suas línguas maternas, línguas estrangeiras entendidas como línguas de outra nacionalidade no Brasil, foram oficialmente interditadas, junto com a deflagração de intensa campanha de nacionalização do ensino nas regiões de densa imigração. Esta campanha levou à alfabetização e à prática da língua portuguesa a imensa maioria dos imigrantes e de seus descendentes, que falavam línguas estrangeiras, no final da década de 1930 e na de 1940.
O Estado Novo, momento político em que o Estado brasileiro interdita as línguas dos imigrantes, constituía-se ideologicamente a partir do entrecruzamento de vários tipos de nacionalismo, como o dos intelectuais liberais, que valorizavam a identidade (os temas) e o progresso nacionais, sobretudo no campo educacional, e aquele de Getúlio Vargas, que acentuava o papel político do Presidente, a partir de uma concepção centralizadora de Estado Nacional, que levou ao fechamento das Assembléias Legislativas Federal e Estaduais.

 (O.P.)


 

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