ELB

A língua kaingang é marcada por uma fonologia rica em processos e que apresenta, em seu inventário de fonemas, uma série de seis vogais nasais, que estabelecem correlação de nasalidade com uma série de nove vogais orais. A morfologia da língua é relativamente simples, mas em sua sintaxe ocorrem ricos processos relacionados à expressão de aspecto. Há vocabulários relativamente extensos, do kaingang, desde o século XIX, mas o primeiro trabalho lexical de maior fôlego foi o “Dicionário”, assinado por Frei Barcatta de Val Floriana, e publicado pela Revista do Museu Paulista em 1920. O primeiro lingüista a publicar um estudo de um dialeto Kaingang foi Mansur Guérios, num trabalho sobre o dialeto de Palmas (PR), na década de 1940. Já o primeiro estudo amplo da língua, da fonologia à sintaxe, se deve à lingüista-missionária Ursula Wiesemann, que realizou pesquisas sobretudo no sudoeste do Paraná (Rio das Cobras) a partir do final dos anos 50, e teve sua tese publicada em 1972, além de ter divulgado vários artigos sobre essa língua e seus dialetos (Cf. Wiesemann 1971, 1978, 1986). Mais recentemente os principais estudos são os de D’Angelis, tanto no campo da fonologia (1994, 1998), como abordando aspectos dialetais (2002a), semânticos (2002b), sociolingüísticos (2002c) e sintáticos (2003).