|
Karajá
A família Karajá pertence ao tronco lingüístico
Macro-Jê e se divide em três línguas: karajá, javaé
e xambioá, conforme a classificação das línguas
indígenas por Aryon dall’Igna Rodrigues. Os Javaé vivem na margem
do rio Javaé, na área indígena Boto Velho; os Xambioá
nas margens do rio Araguaia, no extremo norte de Tocantins, e os Karajá
em 18 aldeias ao longo do Araguaia, principalmente em frente à ilha
do Bananal, no parque indígena do Araguaia, no Tocantins. Vivem também
no Mato Grosso, na área indígena Tapirapé-Karajá,
nos municípios de Santa Terezinha e Luciara, e no Pará, na
área indígena Karajá Santana do Araguaia. Segundo censo
da Funai, em 1990 eram aproximadamente 2.100 indivíduos.
As
línguas karajá, javaé e xambioá têm formas
diferenciadas de falar de acordo com o sexo do falante. Apesar destas diferenças,
todos se entendem. Grande parte dos homens acima de dez anos de idade fala
o português e também algumas das mulheres. A maior parte delas
entende o português e responde em karajá. As crianças
aprendem primeiro o karajá, língua falada nas situações
domésticas. Em algumas aldeias, como em Xambioá (TO) e em Aruanã
(GO), devido ao processo do contato com a sociedade nacional, o português
tem sido dominante.
Os
Karajá encontram-se entre os grupos que passaram a ter, a partir do
início da década de 1970, programa educacional bilíngüe
e bicultural. No caso, o programa adotado pela Funai ficou a cargo do Summer
Institute of Linguistics (SIL), entidade que tem objetivos religiosos. Foi
desenvolvida uma escrita para a língua karajá, cuja ortografia,
baseada numa análise morfofonêmica, corresponde, tanto quanto
possível, à ortografia da língua portuguesa.
(T.D.)
|inicial | busca | créditos | links | contato |
|