Aspectos Históricos

Waimiri-Atroari: Elementos Históricos

Os primeiros contatos estabelecidos entre os Waimiri-Atroari (WA) e os brancos datam do século XIX, na região do rio Jauaperi. Historicamente, há evidências de que esses índios habitavam desde o século XVII a região dos rios Urubu, Uatumã e Jatapu. Os índios Waimiri-Atroari sofreram um processo depopulacional marcado por relações trágicas estabelecidas com frentes pioneiras e militares anteriores à criação da FUNAI. O SPI instalado na área Waimiri-Atroari no início do século, procurou, sem sucesso, controlar as atividades extrativistas da região.

Do final dos anos sessenta até meados de oitenta,  o regime tutelar da FUNAI participou de  políticas que resultaram na continuidade desse processo depopulacional, através de práticas integracionistas e desenvolvimentistas encampadas por Frentes de Atração. Esse processo foi decorrente basicamente de três projetos que atingiram a área dos Waimiri-Atroari, resultando em uma redução drástica do número de falantes dessa língua: a Construção da estrada BR174 (1968), o Projeto Pitinga, com a instalação da empresa de mineração Taboca (Grupo Paranapanema) estabelecida nos limites do território Waimiri-Atroari  (1980),e a construção da Usina Hidrelétrica Balbina (1987). Conforme podemos observar pelo levantamento realizado por Schwade (1995), houve um redução brusca no número de falantes desta língua: a população de cerca de 6.000 falantes foi reduzida a 400 índios. Esse processo foi fortemente acentuado a partir do período de construção da BR-174. 
 

 
Ano População Fonte
1905 6.000 Huebner/Koch-Gruenberg
1968 3.000 Calleri/Prelazia de Roraima
1972 3.000 FUNAI
1975 600 à 1.000 FUNAI
1982 571 FUNAI
1987 374 FUNAI/ELETRONORTE
1993 596 Programa Wamiri-Atroari
1994 611 Instituto Socioambiental
1996 713 ProgramaWaimiri-Atroari
1996 1154 FUNAI

A partir dos anos 1980 organizaram-se movimentos de apoio aos WA, destacando-se o trabalho de  agentes da pastoral da Prelazia de Itacoatiara. Com a ‘abertura’ política da FUNAI, em 1985 surge o Movimento de Apoio à Resistência Waimiri-Atroari – MAREWA. Em 1987 implanta-se o Programa Waimiri-Atroari (PWA) criado em convênio com a FUNAI e a Eletronorte, com o objetivo de ressarcir a comunidade indígena Waimiri-Atroari dos prejuízos sócio-ambientais e econômicos decorrentes da construção da hidrelétrica UHE-BALBINA em sua área de ocupação tradicional. Esses movimentos geraram alternativas para a sobrevivência dessa comunidade, favorecendo o seu crescimento populacional e aumentando o número de falantes dessa língua. 
 
 

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