Com a fotografia, a aviação, os satélites e mais recentemente as tecnologias digitais, a mancha urbana, com vista aérea, tornou-se um fato a ser observado para se descrever, compreender e planejar as cidades, ou até mesmo para se identificar no cotidiano o acesso a um local. O contorno da mancha urbana, que não coincide exatamente com o do território municipal, indica os limites da cidade, dentro do qual encontram-se as áreas construídas, os aglomerados urbanos, a urbe. Ela é representada por mapas, gráficos, desenhos, representações, divisões, classificações das partes constituintes do espaço delimitado.
A leitura das manchas urbanas são realizadas frequentemente em pesquisas e consultas, consistindo em uma forma de saber urbano cada vez mais disseminada. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais disponibiliza fotos de satélites que permitem a visualização de manchas urbanas identificadas por esses satélites, trazendo condições para pesquisas:
“Para isso, os pesquisadores aplicaram um modelo de projeção de mancha urbana associado ao modelo ‘Hand’, que permitiu identificar as possíveis áreas que seriam ocupadas no futuro e o risco potencial, caso o padrão de uso e ocupação do solo atual se perpetue sem nenhuma alteração e controle.” (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, Estudo [...], 2015)
Na administração pública, a consulta das manchas urbanas é também um procedimento muito utilizado para decisões sobre diversos temas urbanos, além da realização de mapas e planos diretores. Também nas escolas de ensino fundamental e médio as manchas urbanas são utilizadas, de forma didática, tal como se pode notar com a existência de cursos de capacitação para uso dessas tecnologias no ensino. (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, Curso [...], 2015)
Salientemos finalmente o uso das manchas urbanas para se discutir e identificar as metrópoles e regiões metropolitanas brasileiras, com o recente processo de metropolização em curso em diversas regiões do país. A mancha urbana atesta a ligação física entre as cidades, a proximidade das áreas construídas e a intensificação dos fluxos de transporte, como índices de novas configurações citadinas, que trazem transformações significativas, bem como uma série de questões para se lidar com as discrepâncias entre o real e o imaginário de organização das cidades.
Bibliografia
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Estudo aponta que enchentes e deslizamentos serão mais frequentes na capital paulista. Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2215. 15 de Junho de 2010. Acesso em: 16/03/2015.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Curso sobre: “O uso de sensoriamento remoto como recurso didático nos ensinos fundamental. Disponível em: http://www.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/sala_aula_bh.htm. Acesso em: 16/03/2015.