A exclusão espacial seria em princípio ligada mais aos indivíduos do que aos espaços (VASCONCELOS, 2013, p. 122), mas ela tem efeitos sobre a espacialidade urbana. Assim, em Paris, os pobres, os trabalhadores, os operários teriam sido excluídos das regiões centrais, valorizadas, e passado a habitar nas regiões periféricas, nos “banlieus”.
No Brasil, temos os chamados “bolsões de pobreza”, situados geralmente em regiões periféricas, em favelas, em bairros sem infraestrutura básica. A falta de transportes de boa qualidade acentua a exclusão dessas populações e o acesso a oportunidades de trabalho e lazer que os centros oferecem.
Com o abandono das regiões centrais pelas classes altas, que se direcionaram para bairros afastados e depois para condomínios residenciais fechados, muitos espaços foram ocupados por cortiços, por classes de baixa renda. As tentativas de revitalização dos centros, das praças, levam a processos de exclusão dessas camadas sociais, que são expulsos para regiões mais distantes dos centros e dos bairros nobres.
Os excluídos também se tornam nômades urbanos ou população em situação de rua: desempregados, trabalhadores informais, mendigos, moradores de rua, artistas de rua, ocupando os espaços públicos. As políticas públicas para a população em situação de rua procuram oferecer assistência a esses sujeitos e retirá-los da rua ou reencaminhá-los a suas famílias.
Bibliografia
VASCONCELOS, P. Contribuição para o debate sobre processos e formas socioespaciais nas cidades. In P. C. VASCONCELOS; A.; CORRÊA, R. L.; PINTAUDI, S. M. (Orgs.) A Cidade Contemporânea – segregação espacial. São Paulo: Contexto, 2013.