Metropolização é o processo de formação de metrópoles. O fator mais visível da metropolização é o crescimento das cidades, em população, extensão, riqueza, complexidade. Como consequência, elas se tornam polos urbanos de alcance regional (região metropolitana) nacional e por vezes mundial (cidades globais). Passam a ter liderança econômica, política, científica, tecnológica, ou outra, de acordo com as características de cada metrópole. Assim, Nova Iorque é um dos maiores centros financeiros do Mundo, Paris tem influência sobre a cultura, arte, moda, culinária. Tóquio é influente na indústria eletrônica.
Atualmente, o Brasil possui 26 regiões metropolitanas e algumas outras estão em fase de implantação. Dentro desse cenário, a palavra metropolização passou a ser mais utilizada para indicar o crescimento das cidades em direção à formação de metrópoles e regiões metropolitanas.
O crescimento da metrópole pode se dar para além de suas fronteiras oficiais, de maneira a se formar uma região metropolitana, envolvendo aglomerações urbanas ao seu redor. Uma marca disso são os processos de conurbação, de junção entre cidades fronteiriças. A conurbação é visível pelo aumento da mancha urbana das cidades, bem como da diminuição dos espaços rurais.
Faz parte do processo de conurbação, a ampliação das ligações pelos meios de transportes, dentre os quais tem destaque no Brasil o rodoviário. Ao redor das rodovias das regiões metropolitanas, cada vez mais se nota o aparecimento de indústrias nacionais e internacionais, centros de comércio de serviços, shopping centers, condomínios fechados e outros.
Vejamos esta descrição do processo de metropolização da Região Metropolitana de Campinas:
"Iniciou-se na RMC o processo de metropolização, onde as indústrias, comércios e serviços, cada vez mais, foram se instalando ao longo das rodovias, fora dos centros urbanos, criando uma ligação intermunicipal e impulsionando a unificação do mercado de trabalho." (PASQUOTTO)
Outro fato marcante nesse contexto é o aumento do volume de viagens intermunicipais, com os chamados movimentos pendulares, que são movimentos diários de moradores de uma cidade que vão trabalhar ou estudar em uma cidade vizinha da região metropolitana. À cidade em que habitam os moradores é dado o nome de cidade dormitório. E à cidade que atrai trabalhadores e estudantes o nome de cidade-núcleo.
Ao estender-se para além dos limites territoriais do município, a metrópole ganha importância regional. No Brasil, desde a Constituição de 1988, é possível que os estados federativos criem regiões metropolitanas, formadas por municípios limítrofes. Há instâncias de gestão dessas regiões metropolitanas, embora o processo de institucionalização seja complexo e sujeito a uma série de limitações, diante da autonomia dos municípios.
Finamente, o processo de metropolização pode levar a uma dimensão mundial, com influência econômica, política, cultural, etc. Ultrapassando os interesses nacionais, essas cidades se tornam “cidades globais”, que se caracterizam pela importância econômica e pela conectividade com outras cidades e regiões do planeta.
Os efeitos danosos da metropolização também se fazem sentir, especialmente nos países em desenvolvimento: fragmentação espacial e social, transporte urbano deficiente, periferização acompanhada de pobreza, desigualdade econômica e social, indiferença, poluição, dentre outros. Os desafios da metropolização demandam ações de planejamento e de gestão partilhada em questões de interesse para vários municípios.
Bibliografia
PASQUOTTO, Geise Brizotti ; SILVA, Paula Francisca Ferreira ; SOUSA, Luana de Souza ; GARCIA, Viviane ; SILVA, Mariana Scarpinatte Muniz; A expansão urbana de Americana e a questão regional. In: RUA [online]. 2014, no. 20. Volume II - ISSN 1413-2109. Disponível no Portal Labeurb – Revista do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade. http://www.labeurb.unicamp.br/rua.
GOUVÊA, R. G. A Questão Metropolitana no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
RIBEIRO, L. C. de Q. O Futuro das Metrópoles: desigualdade e governabilidade. Rio de Janeiro: Revan: FASE, 2000.