O surgimento das tecnologias móveis produz outras possibilidades de sentido para o espaço urbano. Para o sujeito no espaço urbano. Com essas tecnologias, o sujeito passa a utilizar de modo intenso, dispositivos móveis, como celulares, smarthphones, tablets, câmeras digitais, etc., para realizar atividades que há menos de dez anos atrás demandavam um outro modo de deslocamento no espaço, como compras, transações bancárias, e um outro modo de relação social, como os encontros, as conversas e a fotografia.
As tecnologias móveis não dizem respeito apenas ao uso de dispositivos e às redes, mas dizem respeito também às práticas sociais e aos modos de existência dos sujeitos, que se significam como sujeitos conectados.
Assim, a mobilidade na contemporaneidade define-se pela conectividade. É esse sentido de mobilidade que, com o surgimento da tecnologia digital, produz mudanças muito mais amplas na constituição da sociedade, dos sujeitos e das relações sociais, do que a simples mudança no sentido técnico. Mudam os afetos, o trabalho, o espaço, as reivindicações sociais, a política, etc. O sentido de mobilidade não se reduz apenas ao deslocamento no espaço, o que, aliás, já era contestado, no século IV antes da nossa Era, pelo filósofo Zenão de Eléia, mas ao deslocamento no tempo, proporcionado pelas redes de alta velocidade de dados, redes de conectividade. A conectividade permite que o sujeito se desloque através do tempo, por meio do uso de dispositivos móveis e aplicativos (hardware e software), mudando assim o sentido de mobilidade.