O dicionário Aulete Digital (2015) traz para o nome pipoqueiro a seguinte definição: “Bras. Vendedor de pipoca”. Trata-se de mais uma dentre as muitas nomeações de sujeitos definidas de modo sucinto, com uma sintaxe mínima.
Mesmo com essa concisão, o nome “vendedor” pode indicar uma profissão, e nesse aspecto a definição de pipoqueiro se distingue de outras como a de “catador”, em que somente é apresentada a atividade costumeira de um sujeito indeterminado, pronominalizado (“que cata”). Não se diz, nesse caso, que depois de catar um material reciclável ele geralmente o vende.
A profissão de “vendedor” não é aí apresentada de modo mais amplo, de maneira que há silenciamentos sobre as condições de trabalho, os locais, os meios ou ferramentas empregados. Sabe-se, por exemplo, que os pipoqueiros são figuras presentes nas ruas e praças públicas com seus carrinhos de pipoca, em festas, nos cinemas, sendo a pipoca um típico alimento de entretenimento, especialmente para as crianças.
Essas significações trazem à tona a relação da atividade dos sujeito com a cidade, com o espaço público e os locais de exibições artísticas e culturais. O modo de significar os sujeitos no dicionário diz algo sobre a sociedade, sobre a inserção ou a indiferença em relação ao contexto imediato e amplo em que as ocupações urbanas estão envolvidas.
Bibliografia
AULETE DIGITAL – O DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.aulete.com.br. Acesso em 17 de março de 2015.