A palavra “ocupação” é, tal como invasão, é uma destas palavras que tomaram um sentido novo, muito particular, a partir de movimentos sociais que passaram a existir pela busca de espaços próprios de trabalho e de habitação no final do século XX. Ocupação, cujo sentido mais habitual seria o de passar a estar em um certo lugar, passa a significar, não a ação de pôr-se neste lugar, mas a significar o próprio lugar assim assumido. Neste sentido é uma palavra sinônima da invasão, como palavra que significa relacionada a certos movimentos sociais atuais. Seu sentido pode ser visto observando frases, que falavam de um bairro, como:
“...foi fundado há 6 anos atrás por um grupo de famílias que não tinha moradia própria e teve a idéia de ocupar um pedaço de terra para construir sua moradia provisória.”
“...com o passar do tempo apareceram os donos das terras que queriam a desocupação de suas terras...”
Deste modo vê-se como a ocupação é a ação de ocupar, o que em princípio não é seu, para ficar, provisoriamente, talvez. Provisoriedade que fica significando na medida mesmo em que vai se tornando permanente. Mas provisoriedade que não se desfaz, como a segunda frase mostra.
Junto com invasão, e outras palavras, ocupação é uma palavra que marca a vida política contemporânea de modo particular. Tal como invasão significa, pela ação mesma de nele estar, uma ação política de reivindicar um espaço de trabalho ou de vida. Ocupação, sinônimo de bairro, é este lugar que mostra o sentido do provisório e assim, ao mesmo tempo, se afasta do sentido de bairro. Tal como invasão, ocupação não é mais a ação de entrar em um lugar proibido, é estar neste lugar como lugar conquistado, sem que se desfaça o sentido do instável que traz enquanto sinônimo aproximado de bairro.