Formada em Letras Anglo-Germânicas, professora de Filologia Românica e Lingüística na USP (1967/1978), e professora do departamento de Lingüística do IEL/Unicamp desde 1979. Coordenadora do mestrado em Ciências da Linguagem na Universidade do vale do Sapucaí (UNIVÁS). Foi professora visitante na Universidade de Paris III,na EHESS-Paris e na Universidade de Buenos Aires. Dedica-se sobretudo à análise de discurso, disciplina que introduziu no Brasil como tal. Tem atuado como pesquisadora do Labeurb desde 1993, do qual foi coordenadora 1993/2011. Sua área de interesse abrange a própria constituição teórica e metodológica da análise de discurso e seu desenvolvimento, a questão da interpretação, e a da relação sujeito/sentido/história/sociedade. Considera a relação do simbólico com o político como fundamental e especializou-se na consideração da ideologia em sua relação com a materialidade da linguagem. Seus objetos de trabalho têm sido variados, abrangendo desde a história do conhecimento e de constituição da língua no Brasil, os discursos sobre a língua, e, relativamente à cidade, o modo como, pela linguagem, se pode conhecer, compreender, interpretar e observar o funcionamento do espaço urbano, as políticas que nela se instituem e os modos de vida, assim como os movimentos da sociedade (e sociais) que aí se engendram. Dá especial atenção aos muros, às escritas urbanas em suas diferentes materialidades, ao grafismo, ás músicas urbanas, á dança, ao corpo e ao movimento de sentidos que fazem funcionar as práticas sociais que se instalam na cidade. Atualmente, coordena o grupo de trabalho "Saber urbano e Linguagem"; pesquisa o discurso eletrônico (Projeto e.urbano); coordena o projeto da ENDICI (Enciclopédia Discursiva da Cidade); coordenou também os projetos temáticos SPEU (Sentidos públicos no espaço urbano) e CAEL (financiados pela Fapesp) onde trabalhou o espaço público e a constituição dos sentidos, visando a significação do espaço e a espacialização dos sentidos, e com a constituição imaginária do consenso e as políticas de gestão da sociedade;é pioneira na pesquisa sobre o espaço da violência, na perspectiva discursiva; e tem-se dedicado à compreensão dos processos de identificação, de individuação do sujeito em uma sociedade capitalista na conjuntura atual, ou seja, marcada pela mundialização, pelo neo-liberalismo. Seu objeto de trabalho tem sido a delinqüência (menino do tráfico, terrorismo, migração etc) e a constituição histórica das cidades no território brasileiro e suas consequências políticas. Além disso, tem voltado suas pesquisas para a relação, discurso, espaço, acontecimento e processos identitários Tem publicado em revistas nacionais e internacionais assim como livros sobre os temas de suas pesquisas. Alguns deles são, por exemplo, Terra à Vista, A Linguagem e seu Funcionamento, O que é Lingüística (coleção Primeiros Passos da Brasiliense), Discurso e texto, Interpretação, Cidade dos sentidos, Análise de Discurso: princípios e procedimentos, As Formas do Silêncio, entre outros. Este último ganhou o prêmio Jabuti em Ciências Humanas e foi traduzido para o francês tendo sido coreografado por G. Appaix cuja coreografia "Je ne sais quoi" foi apresentada no Teatro da Bastilha em Paris. Seu projeto de pesquisa atual, em curso, é “A Casa e a Rua: uma relação política social de produção de sentidos”.
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