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Claudia Pfeiffer
Cargo: Pesquisadora
Titulação: Ph.D. em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp
E-mail: claupfe@gmail.com
Telefone: 55 19 3521-7900


Bacharel em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (1991), concluiu seu mestrado e doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas, respectivamente nos anos de 1995 e 2000. Desde 1996, exerce suas atividades científico-acadêmicas no Laboratório de Estudos Urbanos (LABEURB/NUDECRI/UNICAMP), na carreira de Pesquisador da Universidade Estadual de Campinas - Carreira Pq, antiga carreira TPCT, onde foi coordenadora adjunta de 1999 a 2006. Especializada em Análise de Discurso, atua, principalmente, nas seguintes linhas: análise de discurso, saber urbano e linguagem, ensino, história das idéias lingüísticas e divulgação científica. É docente credenciada como professor pleno, na área da história das idéias lingüísticas, do programa de pós-graduação em Lingüística no IEL/Unicamp. Foi assessora acadêmica da Coordenadoria dos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp (COCEN/REITORIA) no período de maio de 2005 a maio de 2009 e é, atualmente, coordenadora do NUDECRI (06/2010-06/2014). Em julho de 2012 foi eleita coordenadora do GT de Análise de Discurso da Anpoll pelo biênio 2012/2014.

Resumo do lugar de ancoragem teórico-analítica de minhas pesquisas:
Na instauração do campo de reflexão sobre o saber urbano e linguagem empreendida por nosso Laboratório, meu percurso analítico permitiu-me compreender uma estreita relação entre mídia, escolarização e urbanização, como contrapartes da normatização do Estado. Todos instrumentos de estabilização do Estado, homogeneando sujeitos a partir do funcionamento simbólico de uma língua consensual que para ser bem dita deve ter em si sua urbanidade . Nestas relações constitutivas foi se delineando o funcionamento de um sujeito urbano escolarizado que participa de uma simbolização do espaço em que, assim como a rua por onde ele circula, também o texto (em) que ele escreve não fazem sentido. O sentido consensual é do outro, construído exteriormente ao sujeito, portanto estranho/estrangeiro. O sujeito urbano escolarizado não tem um lugar de inscrição histórica de seus sentidos. Este não-lugar é produzido através de um processo de sobreposição do administrativo sobre o político (cf. Orlandi, 1998), processo que na escola toma o corpo de uma organização administrativa do aluno-morador que apaga a diversidade, desocupando espaços ocupados, planificando um só modo de se estar legitimamente na língua (no bem dizer), na cidade (do cidadão). O não-lugar trabalha no nível da repetição formal (cf. Orlandi, 1996), construindo para o sujeito uma relação com o texto lingüístico/urbano marcada pelo imaginário do obstáculo a ser superado, a ser ultrapassado. Neste movimento de sentidos o sujeito urbano escolarizado espacializa o simbólico na matéria de seu mal-dizer, na de seu mal-estar citadino. Letras e construções urbanas se fazem marcar pelo erro, pela imcompreensão. O monumento da praça atrapalha o caminho, é preciso contorná-lo, é preciso contornar a língua para se conseguir dizer, quase sempre na forma-material do mal-dizer.
Sujeito urbano escolarizado que público, na escola/na rua, se funda, a partir da democratização do ensino (instauração do sentido de igualdade da república francesa), no jogo de uma sempre presente visibilidade de sua incapacidade de fazer um texto, de estar na rua, de estar exposto, público, em sociedade. Visibilidade de uma impossibilidade de ser social, compartilhar sentidos/ compartilhar uma vida comum, estar no bem-dizer/estar.
Estas compreensões contribuem para se produzir condições de produção de espaços de visibilidade de um saber dizer e um saber estar urbanos que não os consensuais produzidos por lugares como os da mídia e da escola, trazendo o sujeito para uma inscrição legítima de seu dizer na história, no con-sentido.
Meu trabalho de pesquisa tem me possibilitado construir um lugar possível de interferências no ensino da língua portuguesa, a partir de minhas compreensões da relação entre língua/cidade/Estado.
 

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