Revista Rua


O que quer, o que pode um discurso? O que quer, o que pode esta foto?
What a discourse want, what it can do? What this photography want, what it can do?

Viviane Teresinha Biacchi Brust e Verli Petri

 
3.  O que pode a fotografia?
 
A fotografia sobre a qual tecemos algumas considerações neste trabalho é parte da constituição do corpus analítico de nossa dissertação de mestrado. Reproduz um bebedouro, construído em 1923, à beira de uma estrada, na localidade de Faxinal do Soturno, entre Nova Palma e Dona Francisca, quando, então, ainda não eram municípios e pertenciam, em sua maioria, à Cachoeira do Sul[10]. Em nosso trabalho, intitulado ‘O chapéu de Clementis’: imagens do sujeito imigrante italiano na/da Quarta Colônia, imagens - em diferentes materialidades - nos oportunizam percorrer um movimento que vai da posição-sujeito utopia à posição-sujeito político, passando pela posição-sujeito a que denominamos clivagem. Neste momento, destacamos a relevância de uma fotografia para se pensar a memória e a história constitutivas desse sujeito. Enumeraremos as fotografias para que a compreensão de nossa abordagem se torne mais clara, e o critério que usaremos para isso é o da ordem cronológica da imagem reproduzida:
           
Foto 1: Reproduz a primeira fotografia do bebedouro construído em homenagem ao imigrante italiano, em 1923, em comemoração ao cinquentenário da imigração italiana na região[11]. Fonte: Arquivo pessoal.


[10] Atualmente são municípios da região central do estado do Rio Grande do Sul.
[11] Aquela que serviu para que se fizesse a reprodução não se tem mais.