Revista Rua


Textualidade infográfica eletrônica: efeitos de velocidade para a leitura
Electronic textuality infograph: velocity effects for the reading

Silvia Regina Nunes

Neste artigo, abordo o modo como a injunção ao clicar pode compor trajetos de leitura no infográfico eletrônico e como esses trajetos se compõem por meio da reiteração entre a formulação verbal e a visual e também entre a formulação visual-visual. O batimento entre a descrição e a interpretação permite compreender o modo como é articulada a textualidade infográfica eletrônica, que funciona sob o efeito de pré-construído reforçando a estereotipia no tema abordado.
 
Reiteração e estereotipia: compondo trajetos de leitura
A análise do infográfico “Os efeitos do crack no organismo” possibilita mostrar trajetos de leitura que se constituem pelo funcionamento da relação clique-link na formulação eletrônica. O infográfico foi formulado para compor a campanha “Crack nem pensar”, organizada pelo grupo Zero Hora – Clic RBS.  A empresa, designada como sendo a mais antiga afiliada da Rede Globo, é designada como tendo a liderança midiática da região sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e algumas cidades do Paraná), com mais de seis mil colaboradores, sendo considerada a segunda empresa que mais emprega jornalistas no Brasil[2].
A página eletrônica que hospeda a campanha traz inúmeros materiais já produzidos tais como: palestras institucionais, cartazes, vídeos, selos, camisetas, gráficos, e infográficos, entre outros. Na página da campanha também se encontram links para blogs, enquetes, especiais, redes sociais, etc. Todo o material fica disponibilizado livremente para o uso de qualquer organização ou pessoa física que queira aderir à campanha, em qualquer parte do Brasil. Trata-se de um projeto de longo alcance, visto que sua divulgação acontece em um dos maiores jornais do Rio Grande do Sul.
http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/br/cracknempensar/conteudo,0,3755,Comocrackagenoorganismo.html


[2] As informações estão disponíveis no site da instituição http://www.rbs.com.br/quem_somos/ index.php?pagina=grupoRBS. Segundo a Wikipédia, em 2008 o grupo foi investigado pelo Ministério Público de Santa Catarina sob a acusação de oligopólio e favorecimento na obtenção de concessões de rádio e TV no Rio Grande do Sul, contudo, segundo divulgação do site Direitos Humanos (http://www.direitoshumanos.etc.br), a ação foi julgada improcedente.