Revista Rua


Uso da terra real e formal no município de Paulínia (SP): Contribuição para o planejamento municipal
Real and formal land use at the city of Paulínia (SP): A contribution to the urban planning

Cinthia de Almeida Fagundes*, Lindon Fonseca Matias**

o uso que se faz do território, se deve pelo entendimento que o primeiro termo se refere ao substrato natural resultante do intemperismo de rochas, partindo-se de definição pedológica para solo (LAMPARELLI; ROCHA; BORGHI, 2001). Neste trabalho optou-se por adotar a nomenclatura terra por esta ser compreendida de maneira mais abrangente, atuando como suporte das sociedades e também o grande laboratório que fornece instrumento e possibilidade de trabalho. Por meio de trabalho, a sociedade constrói no espaço diversos produtos que buscam atender determinadas funcionalidades, isto é, diversas formas e funções de usos da terra. Numa concepção geográfica, a expressão uso da terra designa não somente a tipologia de cobertura do solo existente num determinado local, mas como, fundamentalmente, o conjunto de forças produtivas e relações sociais de produção que condicionam as formas de ocupação e uso de um determinado território (IBGE, 1999).
A elaboração do material cartográfico seguiu técnicas de geoprocessamento, ou seja, de um conjunto de técnicas de processamento de dados espacialmente referenciados, para edição, armazenamento e processamento das informações de interesse (SILVA, 2001). Todos os dados adquiridos e/ou produzidos foram estruturados na forma de uma base de dados georreferenciados. A classificação do uso da terra em escala municipal foi realizada segundo interpretação de imagens de satélite de diferentes resoluções, seguindo procedimentos de classificação supervisionada e interpretação visual, através da diferença de refletância, textura, cor, entre outros parâmetros, do objeto identificado na imagem. A classificação adotada teve como base uma proposição do IBGE (2006), que aponta uma classificação sistemática do uso em classes, subclasses e unidades específicas.
Foram diagnosticadas diversas classes de uso da terra (Figura 2), das quais destaque-se uma presença expressiva de usos agrícolas (48,58%), com destaque para o cultivo de cana-de-açúcar que representa 27,73% da extensão municipal de 138,95 km². Em sequência, destaque-se o uso de culturas alimentares comerciais, como soja e milho, que representam 12,47%; as culturas comerciais, como a de citricultura e café, representando 5,02%; e áreas de reflorestamento com 2,44%. Já as áreas de vegetação natural são relativamente pouco expressivas no município visto que somente 3,60% da extensão municipal são identificadas como uso de matas e 11,59% são classificados como área campestre.