Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

Entre todos os trabalhadores regulares, 85,30% em média tem carteira assinada e a jornada de trabalho semanal é distinta entre as zonas de vulnerabilidade como apresenta a Tabela 4.
 
Tabela 4: Jornada semanal dos trabalhadores regulares da população amostrada, em números relativos, por zonas de vulnerabilidade, RMC, 2007.
 
 
ZV 1
ZV 2
ZV 3
ZV 4*
RMC
Até 40 horas
41,8%
44,7%
52,5%
55,5%
47,72%
De 41 a 44 horas
13,5%
17,9%
15,2%
7,3%
15,59%
Mais de 44 horas
44,7%
37,4%
32,3%
37,1%
36,69%
Fonte: Pesquisa domiciliar do Projeto Vulnerabilidade FAPESP/CNPq, NEPO/UNICAMP (2007).
* Corresponde a cerca de 40% do total da população da zona de vulnerabilidade 4 e apresenta rendimento médio abaixo da mediana da distribuição geral deste estrato.
 
Se observarmos a Tabela 5 notaremos que há uma diferença significativa de proporção entre a ZV 1 e ZV 4 na faixa etária entre 25 a 39 anos (período de maior participação no mercado de trabalho), pois indica quase 20% de pessoas inativas, na faixa etária, na ZV 1, enquanto na ZV 4 a inatividade é de pouco mais de 5%. Isto mostra, mais uma vez, a precariedade das condições de trabalho para os jovens mais vulneráveis.
O ritmo de decrescimento da participação da população, no mercado de trabalho, também é bastante diferente, na ZV 4 participam 94,59% da população entre 25 a 39 anos e na faixa seguinte (40 a 54 anos) a proporção cai em quase um terço, o que ocorre também na faixa de 55 a 69 anos, caindo de novo em um terço. Já para a população mais vulenerável (ZV 1) a proporção está em 81,02% entre 25 a 39 anos e na faixa seguinte (40 a 54 anos) a proporção cai apenas 5% e na transição para a faixa de 55 a 69 anos cai 59%.
Daí duas observações relevantes: a primeira é que a aposentadoria pela previdência pública no Brasil, por idade, é de 60 anos para mulheres e 65 anos para homens, portanto é natural a queda brusca no quarto grupo etário, mas é importante notar que a proporção dos que continuam no mercado de trabalho é maior na ZV 1; a outra observação é que a redução significativa do segundo para o terceiro grupo etário, na ZV 4, exibe uma trajetória de vida centrada no mercado de trabalho até os 40 anos e depois se abre um espaço ou para a aposentadoria, trabalhos excepcionais ou para usufruto de rendas.