Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

Tabela 5: Taxa de participação no mercado de trabalho (PEA / PIA) segundo grupos etários, em números relativos, por zonas de vulnerabilidade, RMC, 2007.
 
 
ZV 1
ZV 2
ZV 3
ZV 4*
RMC
10 a 24 anos
42,45%
55,27%
47,16%
44,09%
51,11%
25 a 39 anos
81,02%
83,30%
87,29%
94,59%
84,92%
40 a 54 anos
76,86%
71,37%
67,08%
67,42%
71,84%
55 a 69 anos
31,50%
29,44%
29,42%
22,49%
27,93%
70 anos e mais
0%
1,63%
3,33%
4,99%
2,95%
Fonte: Pesquisa domiciliar do Projeto Vulnerabilidade FAPESP/CNPq, NEPO/UNICAMP (2007).
* Corresponde a cerca de 40% do total da população da zona de vulnerabilidade 4 e apresenta rendimento médio abaixo da mediana da distribuição geral deste estrato.
 
Capital cultural
Uma das mais importantes marcas distintivas de pertencimento a determinado grupo social é o capital cultural, que se tornou habitual nas pesquisas brasileiras. Particularmente aquelas que procuram estratificar populações por condição econômica e social, utilizando como indicador de capital cultural a escolaridade das mães, quando dispõem deste tipo de variável.
São inúmeras as pesquisas que, utilizando-se de análise fatorial ou regressão, encontram explicações analíticas bastante significativas desta variável, quando associada a resultados de proficiência dos filhos em testes de aprendizagem, e ainda, por vezes, esta variável se torna um substituto quase perfeito de estratos de classe social e renda.
Isto, geralmente ocorre porque a variável escolaridade da mãe expressa de forma sintética, como um indicador, um determinado padrão da nossa organização social. Ela congrega comportamentos sociais como a preponderância da atenção materna com a educação, do valor e atenção que esta mesma mãe tem e projeta no seu filho; congrega posição social ao mensurar a oportunidade que a mãe teve na sua trajetória escolar e sua condição atual; representa os ingressos a determinados grupos referendados pela cultura legítima, dentre outros fenômenos sociais.
Agregando os dados dos mais vulneráveis (ZV 1 e ZV 2) e dos menos vulneráveis (ZV 3 e ZV 4) observamos que 30,1% das mães mais vulneráveis chegaram até o primeiro ciclo Ensino Fundamental, enquanto entre os menos vulneráveis a proporção é de 16,8%. No ensino superior a proporção das mães menos vulneráveis é de 19,6% enquanto entre as mães mais vulneráveis a escolaridade nesse nível não chega a 5%.