Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

relação com o Estado, compreendendo melhor suas transformações e motivações, inclusive para que se possa auxiliar as pesquisas que utilizam este mesmo objeto, a partir da análise da escola.
Estes atributos conceituais teóricos e empíricos serão operacionalizados na forma de ativos disponíveis ou não, utilizáveis ou não pelas famílias pesquisadas considerando sua posição social, seu lugar no espaço habitado e suas relações, configurando o espaço social como uma estrutura de oportunidades (KAZTMAM e FILGUEIRA, 2006), estratificadas a partir do conceito de vulnerabilidade sócio-demográfica.
A metodologia empregada foi desenvolvida com o mapeamento das Zonas de Vulnerabilidade das regiões pesquisadas e com o levantamento de informações ao longo do segundo semestre de 2007, a partir de uma pesquisa domiciliar realizada em 1680 domicílios escolhidos através de uma amostra aleatória especialmente desenhada para refletir a heterogeneidade espacial da Região Metropolitana de Campinas em termos do grau de vulnerabilidade das famílias.
As Zonas de Vulnerabilidade, assim denominadas na pesquisa, foram construídas em análise fatorial retiradas do Boletim da Amostra do Censo 2000 e classificadas em termos de três dimensões de capitais: físico, humano e social. Após definir os fatores que compõe as zonas de vulnerabilidade, o próximo passo foi dar dimensão espacial ao indicador, ou seja, mostrar como estas características se apresentam nas regiões estudadas.
Para isto foram criados escores fatoriais (atribuição de um valor numérico que varia de 0 a 1 indicando da menor para maior incidência do fator) e foi verificado como eles estavam dispostos nas áreas de ponderação da região pesquisada. Depois utilizamos uma metodologia de análise de conglomerados (clusters) para se estabelecer porções homogêneas do espaço. A metodologia consiste em comparar a distribuição dos escores fatoriais identificando as distâncias (mais próximas e mais afastadas) permitindo uma caracterização distinta de cada região.
Esta inovação na forma de estratificar o espaço e a população em situação de vulnerabilidade social é mais abrangente que as tradicionais medidas de pobreza, pois se refere à condição de não possuir ou não conseguir usar ativos materiais e imateriais que permitiriam ao indivíduo ou grupo social lidar com a situação de pobreza. Dessa forma, os lugares vulneráveis são aqueles nos quais os indivíduos ou grupos sociais enfrentam riscos e a impossibilidade de acesso a serviços e direitos básicos de cidadania como