Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

Quanto ao papel no arranjo familiar, há uma distinção importante que marca a característica do grupo tipo ideal. Para este grupo 80,9% são cônjuges do chefe do domicílio, enquanto a proporção na condição de cônjuge para mães com filhos no Ensino Fundamental é de 66,7% e a proporção para mães em geral é de 66%. Isto demonstra uma forte associação entre o papel de cônjuge, no arranjo familiar, e as características de acompanhamento dos filhos na escola, aspecto reforçado pela divisão do trabalho doméstico destes arranjos familiares, como já mencionamos.
A escolaridade destas mães também difere bastante, com tendência de maior escolarização para as mães do tipo ideal, como vemos na Tabela 6, abaixo.
 
Tabela 6: Escolaridade das mães, em números relativos, por grupos de mães, RMC, 2007.
 
 
Mães em geral
Mães EF
Tipo ideal
Primeiro ciclo do Ensino Fundamental
32,2%
29,2%
18%
Segundo ciclo do Ensino Fundamental
26,2%
35,6%
29,6%
Ensino Médio
26,5%
26,2%
38%
Ensino Superior
*
*
11,8%
Fonte: Pesquisa domiciliar do Projeto Vulnerabilidade FAPESP/CNPq, NEPO/UNICAMP (2007).
* n. amostral insuficiente.
 
Em relação ao trabalho as mães do tipo ideal que possuem um emprego regular somam 43% do grupo (outras mães EF 53% e mães em geral 47,7%). Entre as que trabalham, estão no mesmo emprego há mais de 2 anos 70,8% (outras mães EF 56,5% e mães em geral 68,1%), aspecto que, além de mostrar uma estabilidade maior no emprego do grupo tipo ideal, também mostra a menor estabilidade das outras mães que possuem filhos pequenos.  Quanto à jornada de trabalho também há diferenças que demonstram jornadas de trabalho menor para o grupo tipo ideal, Tabela 7:
 
Tabela 7: Jornada semanal dos trabalhadores regulares, em números relativos, por grupos de mães, RMC, 2007.
 
 
Mães em geral
Mães EF
Tipo ideal
Menos 30 horas
10,1%
12,1%
22,7%
De 31 a 40 horas
36,9%
36%
35%
De 41 a 44 horas
15%
21,3%
13%
Mais de 44 horas
37,5%
29,3%
28,7%
Fonte: Pesquisa domiciliar do Projeto Vulnerabilidade FAPESP/CNPq, NEPO/UNICAMP (2007).