Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

condições habitacionais, sanitárias, educacionais, de trabalho e de participação e acesso diferencial a informação e às oportunidades oferecidas de forma mais ampla àqueles que possuem estas condições.
Os primeiros resultados, apresentados na forma de capital físico/financeiro, capital cultural e capital social, mostraram uma região com infraestrutura bastante consolidada nas regiões de ocupação mais antiga, favorecida pela pungência econômica, pela dinâmica do emprego e renda e pela capacidade tecnológica características desta parte do estado de São Paulo, com avançado processo de universalização das políticas públicas de educação e saúde.
Do outro lado, uma população segregada na sua condição de vulnerabilidade social absoluta, marcada tanto pelas péssimas condições de infraestrutura urbana, precariedade e instabilidade nas suas condições de emprego e renda, como na dificuldade de conquistar ativos vinculados à escolaridade, o acesso a serviços (sejam eles públicos ou privados) e os efeitos simbólicos de pertencimento a regiões estigmatizadas.
 
Análise dos dados
A descrição dos resultados da exploração das frequências da pesquisa domiciliar será apresentada em segmentos divididos por critério de capitais (físico, humano, cultural e social). Esta nomenclatura segue a noção de que os recursos mobilizados, ou não, nos domicílios são ativos que, relacionados ao mercado de trocas de benefícios, se configuram como capitais.
As divisões de nomenclatura seguem as referências utilizadas para a conceituação de cada capital, o que, por vezes, pode gerar dúvidas de fronteira. Ou seja, torna-se difícil determinar que uma variável corresponde a atributo pertencente ao capital humano ou cultural, por exemplo. Isso ocorre, porque as definições e conceitos foram, neste caso, concebidos em correntes teóricas diferentes e o fenômeno social é eminentemente relacional.
As inferências e análises apresentadas condicionam-se ao limite da unidade de análise da pesquisa, a saber, o domicílio. Isto significa a construção de uma perspectiva dos respondentes contida em uma visão familiar, já que apenas 11,1% dos domicílios são unipessoais ou arranjos com não parentes, e a perspectiva que estamos assumindo, educacional, está atendida na medida em que a respondente (70%) é geralmente a mulher do domicílio, seja ela chefe ou cônjuge.