Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

para os jovens mais vulneráveis (que não têm a formação nem a experiência que o mercado demanda):
 
Tabela 1: Taxa de ocupação segundo grupos etários, em números relativos, por zonas de vulnerabilidade, RMC, 2007.
 
 
ZV 1
ZV 2
ZV 3
ZV 4*
RMC
10 a 24 anos
67,70%
79,42%
83,15%
85,60%
79,81%
25 a 39 anos
80,56%
85,06%
87,89%
89,52%
86,48%
40 a 54 anos
87,29%
88,58%
87,99%
99,00%
88,45%
55 a 69 anos
78,85%
86,54%
92,95%
94,22%
89,13%
70 anos e mais
**
**
**
**
**
Fonte: Pesquisa domiciliar do Projeto Vulnerabilidade FAPESP/CNPq, NEPO/UNICAMP (2007).
* Corresponde a cerca de 40% do total da população da zona de vulnerabilidade 4 e apresenta rendimento médio abaixo da mediana da distribuição geral deste estrato.
** nº amostral insuficiente
 
É importante abrir um destaque particular, nestas informações, para o persistente padrão de remuneração diferenciado entre homens e mulheres, considerando que a responsabilidade (chefia) feminina é uma realidade para 26% dos domicílios da RMC e as razões históricas e culturais destas diferenças e da divisão do trabalho doméstico. A capacidade de desenvolver capitais a partir deste comprometimento do ativo financeiro é bastante relevante na sua relação com a função educacional das famílias e sua conexão com a escola (uma prova disto são as inúmeras referências aos trabalhos educacionais que relacionam o trabalho feminino ao acesso à Educação Infantil e à literatura educacional que condiciona o arranjo familiar às características de participação da família na escola ou no sucesso escolar).
Há, também, uma série de críticas relevantes levantadas em Carvalho (2004) sobre a intensificação do trabalho feminino, imposto pela lógica do sucesso escolar baseado na participação da família, em que as escolas e as políticas exigem mais das mães (reuniões, tarefas, lição de casa...), sem considerar as condições de existência e de trabalho já intensificado pela dupla jornada (casa e emprego).
Pensando na divisão do trabalho doméstico na sua característica conflitiva de relação de poder (gênero e geração) perguntamos sobre a distribuição das tarefas domésticas, e quase que integralmente, todas as tarefas são realizadas pelas respondentes (geralmente as mulheres do domicílio), exceção feita aos trabalhos socialmente marcados como masculinos como pequenos consertos elétricos, hidráulicos