Revista Rua


Um Olhar sobre o Câncer de Mama: a Atividade Física e seu Significado para Mulheres Participantes de Grupo de Apoio
A Look at Breast Cancer: A Physical Activity and Its Significance for Participants of Women Support Group

Fernanda de Souza Cardoso, Eliana Lúcia Ferreira

término das aulas realizadas no Projeto Vida Presente. Em todos os momentos da coleta de dados, permaneceram no local apenas a pesquisadora e a entrevistada.

ANÁLISE E DISCUSSÃO
 
Para iniciarmos nossas análises destacamos como primeiro ponto a sensação dos sujeitos ao receberem a notícia de um diagnóstico de câncer. Paulo (2004: 25-7) afirma que todos os pacientes entram em choque quando se deparam com o diagnóstico de câncer, alguns chegam até mesmo a entrar em pânico, pois ninguém está preparado para lidar com a doença, uma vez que nos comportamos como seres imortais: “Eu, eu comecei entrar em pânico, só comigo mesma. Eu num queria falar com meus filho, eu senti que pra mim era um último...” (S4); ou ainda (S3) relatando: “acho que num existe uma pessoa que fala que quando você faz o exame e fala, você tem câncer de mama, num fica apreensivo, meia triste”. E o paciente após este impacto inicial ainda terá que enfrentar o impacto do tratamento.
Na opinião de Bergamasco e Angelo (2001: 278) embora vários aspectos sobre os efeitos psicossociais do câncer sejam conhecidos, a experiência especificamente do câncer mamário é ampla e envolve diversos momentos com significados distintos, que trazem implicações na vida diária e nas relações sociais da mulher com câncer e as pessoas do seu contexto social.
Paulo (2004: 70) afirma: “é evidente que o câncer provoca profundas modificações no estado emocional das pessoas. Fragilidades vêm à tona, muito embora, ao mesmo tempo, forças até então insuspeitadas brotem com grande intensidade”; porém, o câncer traz em si inúmeros paradoxos, fraqueza e/ou força, medo e/ou coragem, reclusão e/ou aceitação.
 
[...] eu era muito fechada, na minha... Meu mundo era só casa, trabalho, trabalho, casa, escola, filho. Então, eu comecei a... Eu num, eu num resgatei amigos, mas eu, eu fiz novas amizades. [...] eu, eu, eu fiz novas amizades e conheci [...]. Depois do câncer, conheci pessoas... que eu, eu nunca imaginava que eu fosse ter... Eu tive contato [...] (S4).