Revista Rua


Um Olhar sobre o Câncer de Mama: a Atividade Física e seu Significado para Mulheres Participantes de Grupo de Apoio
A Look at Breast Cancer: A Physical Activity and Its Significance for Participants of Women Support Group

Fernanda de Souza Cardoso, Eliana Lúcia Ferreira

Já há bons indícios entre nossos pares de que talvez a Educação Física esteja dando mostras de seu amadurecimento como campo científico e de intervenção, inclusive, em decorrência de uma interrogação mais veemente sobre seu pertencimento exclusivo a um papel majoritário de promotor de atividades físicas, cuja gênese advêm do ideário militar de disciplinamento e controle biopolítico de corpos servis. Entendemos que para poder se reconhecer, efetivamente, como área ‘promotora da saúde’, a Educação Física precisa incorporar a mudança do próprio conceito de saúde, ressaltando antes de tudo, as inter-relações com a eqüidade social, postura que, de forma alguma, a fará perder sua especificidade e legitimidade frente às questões do movimento humano (BAGRICHEVSKY; ESTEVÃO, 2005: 72).
 
 
 
Pensamos como um avanço nesse sentido, as diferentes ações que mobilizam a existência do Projeto Vida Presente: as aulas; os exercícios físicos; a assistência médica; a fisioterapia; as terapias; mas também as palestras; as festividades; as visitas às casas daquelas que estão em tratamento, ou com recidiva; o vale-transporte ou as cestas básicas doadas; os tênis dados pelo exército ao grupo e tantos outros atos, “movimentos”. É desta maneira que pensamos que deve ser, a partir daí é possível uma mudança, por isso é que se faz “complicado consentir na aceitação acrítica de que é tão simplesmente mantendo-se ‘ativo’ que se obtêm saúde” (BAGRICHEVSKY; ESTEVÃO, 2005: 67).
 
 
Trata-se, sobretudo, de uma questão de princípio: o profissional específico precisa estar atento ao fato de que para que as populações alcancem níveis adequados de saúde é necessário ir além do acesso a serviços médico-assistenciais ou da prática de atividade física. [...]. Não conseguiremos interferir no processo saúde-doença se a Educação Física não ouvir, estudar, analisar, e avaliar o que se pensa e se faz em saúde hoje, especialmente na sua dimensão coletiva, publica e social (CARVALHO, 2009: 102).
 
 
A afirmação “Educação Física promove saúde” é bastante corriqueira e nos parece aceita por grande parte dos professores de Educação Física e pela maioria da população. Ainda hoje, quando se questiona a importância da prática de atividades corporais, ou seja,