Revista Rua


Um Olhar sobre o Câncer de Mama: a Atividade Física e seu Significado para Mulheres Participantes de Grupo de Apoio
A Look at Breast Cancer: A Physical Activity and Its Significance for Participants of Women Support Group

Fernanda de Souza Cardoso, Eliana Lúcia Ferreira

mercadoria é também consumir o seu símbolo, o significado que lhe é conferido socialmente”, ou seja, o modo como identificamos e a maneira como atuamos e nos fazemos entender, de maneira geral, parece consentir com o entendimento de que tratamos de atividade física e não corporal. Mas como bem coloca Orlandi, se somos os responsáveis pela permanência, também somos pelos deslocamentos, pelas mudanças.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Para o grupo estudado, foram destacados benefícios com a prática da atividade física como: auxilia na recuperação das articulações, na diminuição da dor, melhora a postura, auxilia nos movimentos dos braços, garante bem-estar e alegria, promove a sociabilidade. Porém, os dizeres presentes neste estudo nos provocam para pensarmos a relação câncer-atividade física de maneira ampliada, reformulada, uma vez que pelos discursos das mulheres nos pareceu mais apropriado nos referirmos a uma atividade corporal que a uma atividade física.
Desta maneira é necessário que os profissionais da área da Educação Física enquanto área da saúde estejam atentos para uma mudança de atitude, no sentido de se constituir numa formação discursiva que se faz presente, motivando de forma legítima para a adesão às práticas corporais, do que se constitui em sua maneira particular de intervir no corpo. Importante o entendimento da parceria e da ação de integralidade sobre este corpo, considerando os aspectos biológicos, físicos e sociais do adoecer, considerados pelas diferentes áreas e envoltas em um sentido único: o sujeito.
O fato de se exercitar tendo como estímulo os demais envolvidos no projeto e ainda outros momentos que por conseqüência venham a ocorrer, como: as conversas, as risadas, a convivência parece provocar essa disponibilidade maior para o movimento, já que o dia-a-dia dessas mulheres não se resume no “cuidado de si”. Desta maneira, o projeto poderia estar aí funcionando como um motivador para a construção de um hábito, uma cultura da atividade física, embora muitas vezes, ainda pareçam ocorrer dúvidas dos praticantes, sobre as funções específicas dos diferentes profissionais envolvidos no processo de tratamento ou ainda esclarecimentos sobre o porquê de se exercitar.