Revista Rua


Radiodifusão, produção fonográfica e espaço urbano: formação e adensamento do fenômeno esquizofônico em Campinas-SP (... 1990)
Radio, music production and urban space: formation and growing of the squizophonic phenomenal in Campinas-SP (... 1990)

Cristiano Nunes Alves

gravações realizadas por Toninho de Almeida, estão os hinos dos clubes de futebol da Ponte Preta e do Guarani, e a realização de campanhas para lojas tais quais a “Squina Magazine” e a “Dpaschoal”.
            Num momento em que o país conta com uma vasta configuração territorial, que inclui um moderno sistema de comunicações, o desenvolvimento do sistema de transportes, da produção material e das formas de produção não-material (...) do lazer, da informação e até mesmo das esperanças” (SANTOS, 1994b, p.38), conforma-se o circuito de rádio FM Campineiro. Em 1972 se instala em Campinas a Rádio Andorinhas8, a primeira FM da cidade, de propriedade da Pontifícia Universidade Católica.
            É a partir daí que a influência do circuito FM no circuito sonoro ganha espessura.
 
2.3 – A influência no circuito sonoro: o plano de FM e o crescimento da empresa fonográfica no país (1970 – 1990)
            Durante a década de 1970 a região de Campinas “especializa-se na produção de bens exportáveis e de produtos modernos e rentáveis (CAIADO, 2002, p.102), incorporando uma considerável base técnica para operações organizacionais, num momento que marca a união do circuito de radiodifusão com a produção fonográfica no país. Em outras palavras, ganha espessura a influência do circuito FM no circuito sonoro, exatamente no contexto de uma primeira integração do território por meio de pontos em torno de um programa de tecnificação do território, instrumentalizado em favor do grande capital. Tal integração corresponde ao desenho do meio-técnico-científico-informacional no terceiro mundo que de acordo com Milton Santos (2004 [1996], p.239) é a cara geográfica da globalização, período em que a informação torna-se essência dos objetos e das ações e os lugares são equipados para a circulação do componente informacional.
            J. Larrosa (2002) entende que a informação não é experiência, mas ao contrário, cancela esta última; a informação é praticamente uma “antiexperiência”, pois tolhe nossas possibilidades de um verdadeiro aprendizado e entendimento do mundo. E. Morin (1979), por outro lado, nos ajuda a pensar as verticalidades impostas pelo conteúdo informacional da indústria cultural que, ao atuar sobre os indivíduos:


8  Pouco antes, em 1967, funcionou durante algum tempo a TV Andorinha, no canal 10, que repetia imagens da TV Excelsior da capital A TV Andorinha cortava o sinal paulistano e inseria suas imagens – slides e filmes publicitários de 16 mm (MAZZOLA, 2007, p.69).