Revista Rua


Apresentação Rua 16 Volume 2

Com esse segundo volume do número 16 da revista RUA, completamos a quinta edição eletrônica da revista. Nesse volume, contamos com uma seção Estudos que enfatiza a pertinência e conseqüência de se trazer para a tela das discussões a relação entre a tecnologia, o espaço e o sujeito. Essa tecnologia é pensada nos diversos artigos enquanto técnica, instrumento, estética, política, não deixando margem de dúvida quanto à relevância heurística e política de tomá-la enquanto objeto de compreensão. Abrindo a seção Estudos temos A contrapelo: incursão teórica na tecnologia: discurso eletrônico, escola, cidade de Eni Puccinelli Orlandi. A autora coloca em relação, nesse artigo, o discurso do analista de sistema e o do analista de discurso, procurando mostrar como esse dispositivo teórico-analítico permite compreender o modo de constituição dos sentidos e dos sujeitos no que se refere ao espaço digital, visando à diferença entre ser usuário e ser sujeito de conhecimento. Silmara Cristina Dela-Silva, em A televisão no espaço urbano brasileiro (ou dos processos de constituição de sentidos para a TV no Brasil), estabelece a relação entre a televisão e o espaço urbano, refletindo sobre os processos de produção de sentidos pelos quais a antena de TV é significada como a presença da televisão no Brasil, na década de 1950, seus efeitos sobre o sujeito telespectador (consumidor) e os processos de desmaterialização da antena na era da TV digital. Em Radiodifusão, produção fonográfica e espaço urbano: formação e adensamento do fenômeno esquizofônico em Campinas-SP (... 1990), Cristiano Nunes Alves analisa as dinâmicas socioterritoriais na cidade ao longo do tempo, problematizando o fenômeno da esquizofonia – rompimento entre o som e sua origem – em Campinas. Flávia de Souza Fontineles trabalha, em seu Para além do "sempre igual": cotidiano e encenação urbana no repertório de Chico Buarque, com o cotidiano urbano, a partir da leitura do par “cidade e expressão musical”, para identificar e compreender elementos das cenas urbanas que aparecem e se articulam como cenário tema e inspiração para canções do compositor. Com Ficção científica e o discurso ambiental da ciência contemporânea: um exemplo com Operação Buraco de Minhoca, de Daniela Ludviger Ingui, entramos em contato com o modo como a ficção científica trabalha no efeito da responsabilidade do homem pelo destino da Terra, sustentada por um discurso ambientalista moldado pelo atual modelo de desenvolvimento econômico. Em Cidades de vidro: das galerias de vidro parisienses às galerias das câmeras de vigilância, Eliana Monteiro compara as galerias de vidro parisienses, analisadas por Walter Benjamim, com as novas galerias constituídas, atualmente, pelas câmeras de vigilância nos espaços públicos das cidades contemporâneas. Érica Peçanha do Nascimento, em A periferia de São Paulo: revendo discursos, atualizando o debate, aborda algumas temáticas que circunscreveram a produção acadêmica sobre a periferia paulistana entre 1970 e 1990 para, posteriormente, sugerir o investimento em projetos de ação cultural protagonizados por artistas periféricos como novo recorte analítico. Com A máquina corretiva, ou como restituir aos moradores de rua à estrutura: dois modelos, temos a oportunidade de acompanhar um rica reflexão sobre o funcionamento das políticas públicas referentes a moradores de rua da cidade de Bogotá, realizadas por Carlos José Suárez. As duas análises conjugam-se seguindo a idéia de “máquina corretiva” de Turner, segundo a qual o que é maligno deve ser transformado ou extirpado, tornando-se ao mesmo tempo “puro signo” de um comportamento que não pode ser permitido no espaço das cidades. Conversando com diferentes espaços e sujeitos afetados pelas políticas públicas, apresenta-se o artigo Segregação e invenção na cidade: uma entrevista com Barba nos jardins do Museu de Arte Moderna - MAM/ RJ, uma entrevista comentada/analisada/instalada com Barba, que vive há vinte anos nos jardins do MAM, Aterro do Flamengo, feita por Adriana Fernandes. Com essa densa reflexão instalada pelo conjunto dos artigos, conversa a resenha sobre recente publicação do Laboratório de Estudos Urbanos – Discurso e políticas públicas urbanas: a fabricação do consenso –, feita por Angela Araújo, e o ensaio fotográfico de Lester Weiss, promovendo formas de textualizar sentidos opacos na e para a cidade.


Número 16 - Novembro 2010
ISSN 1413-2109/e-ISSN 2179-9911

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Editada pelo Laboratório de Estudos Urbanos reúne artigos, produções artísticas e resenhas de obras que tratem de fenômenos próprios da cidade nos múltiplos espaços do político e do urbano. - Leia mais

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