“(...) todos os brasileiros se parecem um pouco com os frequentadores do Estádio da Fonte Nova, em Salvador: em dia de jogo, os torcedores fazem bolo para ver que time entra primeiro em campo, que jogador se machuca antes, quem marca o primeiro gol, quanto os vendedores de pastel, balas, sorvetes ou amendoim vão vender. Uma das vantagens da Loteria Esportiva é diminuir essas apostas paralelas, ilegais e perigosas, e, principalmente, acabar com o jogo do bicho: 60% do seu movimento já tinha sido liquidado na Guanabara com as medidas repressivas após o Ato 5. E o Bolão terminou com mais de 20% do bicho (o Jóquei Clube e a Loteria Federal nada sofreram até agora). Mais ainda: o concurso permitirá, por ser simples e barato, que o espírito de apostador do brasileiro possa se satisfazer sem maiores riscos.” (VEJA, 1970, p.52).“O apostador-padrão prefere jogar no certo (ou no legal) do que arriscar no duvidoso. Por exemplo: ele não gosta de rifas, carnes, sorteios, álbuns de figurinhas, concurso de prêmios – ainda que beneficentes. Mas possui toda a confiança no sucesso e nos objetivos da nova Loteria Esportiva. (...). Com a Loteria Esportiva não existe problema: 80% dos compradores confirmam que participarão do novo jogo. Sem esquemas programados, sem métodos infalíveis – e sem gastar muito dinheiro (nos oito primeiros testes, efetuados na Guanabara, a média de apostas foi de Cr$ 3,80 por pessoa): todos acreditam no caráter aleatório da sorte.” (VEJA, 1970, p.53). |