Organização Internacional para as Migrações, foi o principal destino dos fluxos migratórios na América Latina na última década. Contudo, se considerada a média de 10,8% (ONU, 2013) da população estrangeira nos países centrais, percebe-se que a porcentagem no Brasil, de aproximadamente 0,5%, é muito inferior. Da mesma forma, essas estatísticas permanecem baixas com relação aos refugiados que estavam no país em 2014 – cerca de oito mil, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR, 2014)[10]. Se esse número vem comparado com as estimativas para o mesmo ano referentes à União Europeia (714.300) ou à América do Norte (134.600), percebe-se que o Brasil recebe uma parcela mínima dos fluxos de refugiados (ONU, 2014). Todavia, a análise estatística sobre refúgio desse mesmo órgão aponta o crescimento do fenômeno no país, principalmente nos últimos quatro anos.
Mas, se o percentual dessa população de estrangeiros oficialmente é mais baixo do que aquele de 1980, ou seja, ainda é insignificante para poder significar uma “verdadeira ameaça” ao emprego do trabalhador nacional, por que continua a representar um potencial “roubo” de postos de trabalho?
[10] O mesmo documento aponta que neste ano foram analisadas 2.206 solicitações de refúgio, das quais 1.952 foram deferidas, compondo 81 nacionalidades diferentes no país, sendo as mais representativas: colombianos, sírios, angolanos e congoleses.