[sobre o preceito]

Distante do que me fez areia,
refestelo-me fértil corpo.
Meço-me em espaço semblante e
espreito a rigidez sombria.
Não ouço as ninfas de onde me encontro, pois
recordo a velha
casa onde se praticava fogão à lenha.
Ainda aqui, pó e
sal posso forjar a máscara do meu sangue bebido
pela solitude
das Mulheres-Pássaros. 

Habito o porrão de barro.
Nele me vejo e verto.
Tudo que me constitui
Está deixado pela memória necessária do sangue.

Dias queixosos não aniquilarão estado sôfrego.
Pintarei os dias como frequentes forem à noite,
E deportada do meu próprio Desejo, fui desvão,
desvio,
e angústia obscena.

Obscena, Eu! já tão obscena!
Frigidamente observo a desrazão
das gentes, que sim, são pessoas e clarões.

Estandartizo meus caminhos diante do que grita
em mim guizos e aléns tomam corpo e bebem

(sim, mais uma vez o sangue)

Ocupam o cerne de minha angústia a proliferação
dos desertos e das raças. Povoo-me delas, eu e
a língua que implora sentido:
não servir às traças!

Tiro da petulância da flor a leveza do que me falta:

Sonho, destino, caminho,
são o ritmo do peregrinar imenso.

E antes de que me exigiram virtudes,
cansei-me dos mistérios inversos do dia.
Especularmente intento laço, e eis que 

minha língua criolla invoca outra existência:

- memória, ungüento à
sombra da fome e do canto.