No leva-e-traz da política científica: Uma interrogação sobre as “relações sociais”


resumo resumo

Eni Puccinelli Orlandi



histórico e material. Na força das coisas[5], produzem a sobrevida pelos laços que, mesmo na dessignificação dos processos de ser, na rarefação do chamado sistema social, narram a não desistência.

Estes laços, ou dito de outro modo, essas narrativas entrelaçadas, afirmam-se, no funcionamento da memória discursiva, e falam por conta própria[6], passando ao largo do jogo instalado pelo que se tem chamado de “relações sociais”. O que faz, deste conjunto de mulheres, um grupo, é dito e significado em um enunciado de base – aquele que, com o menor número de palavras, de marcas, diz melhor a maior extensão dos sentidos – que termina, com frequência, a narrativa que fazem de si: “e estou aqui”, com uma modulação “e cheguei aqui”. Às vezes coroado com um acompanhamento: “hoje tenho meu barraco”. Algumas vezes. Enunciado em que este “aqui” é o lugar, é o Núcleo, mas é a chegada, a presença, a vida se fazendo no possível de uma invenção que sub-existe no meio de coerções, e faz laços.

 

Bibliografia

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BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1949.

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DE CERTEAU, M. La culture au Pluriel, Paris: Union Générale d´Éditions, 1974.

ORLANDI, E. P. “Sentidos em Fuga”, in: DIAS, C. Sujeito, Sociedade, Sentidos. Campinas: RG editora, 2012.

MARX, K. Escritos Filosóficos; www.marxists.org/portugues/marx. (Manuscrito:1844; 1987).

MINTZBERG, H. Ascenção e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre:       Editora Bookman, 2004.

ORLANDI, E.  Projeto do Grupo de Pesquisa “Discurso, Individuação do Sujeito e Processos Identitários – Espaço, Acontecimento e Memória no Sul de Minas”, UNIVÁS (MG).

ORLANDI, E. “Sentidos em Fuga: efeitos da polissemia e do silêncio”, in: CARROZA, F. SANTOS, M. e SILVA. T. D. (orgs). Sujeito, Sociedade, Sentidos. Campinas: RG, 2012.

PÊCHEUX, M. Discurso:estrutura ou acontecimento? Campinas: Pontes, 1990.




[5] Da leitura de Simone de Beauvoir (1949, 1963), do que diz Bataille (1974) sobre a noção de comunidade segunda, é que procuro entender a força das coisas e deixo exposta a equivocidade constitutiva desses sujeitos sociais: tomam posse de/ ou são tomados por?

[6] Somos falados pela ideologia, o Outro, funcionamento do interdiscurso (E. Orlandi, idem). Mas palavras falam com palavras, e ao sermos falados, nossas palavras se inscrevem com seus sentidos.












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