as resistências: não entender ou entender errado; não “escutar” as ordens; não repetir as litanias ou repeti-las de modo errôneo, falar quando se exige silêncio; falar sua língua como uma língua estrangeira que se domina mal; mudar, desviar, alterar o sentido das palavras e das frases; tomar os enunciados ao pé da letra; deslocar as regras na sintaxe e desestruturar o léxico jogando com as palavras... (PÊCHEUX, 1990, p. 17).
É exatamente na desestruturação do léxico que o rébus joga. Na acepção dicionarizada, ele é definido como um jogo de palavras opaco que precisa de uma chave para sua decifração; nos editoriais, é presumido como um jogo contido, controlado pelo autor. Mas, como qualquer texto, o editorial-rébus tem pontos de ancoragem que abrem para interpretações.
Com o rébus – “brincadeira” com a cadeia significante – sentidos desfazem-se e novas relações entre sons/letras, imagens e sentidos são realizadas. Podemos dizer que o rébus marca, paralelamente, um corte na linearidade da cadeia significante e abre para outras. É um mecanismo que joga com a incompletude da linguagem. Enfim, o rébus materializa a possibilidade da palavra ser sempre outra.
Na revista, o rébus reaparece no interior da temática sobre história da escrita (CHC, nº48, maio/junho de 1995).
[2] Na revista, o rébus reaparece no interior da temática sobre história da escrita (CHC, nº48, maio/junho de 1995).