Pedagogização do espaço urbano


resumo resumo

Mariza Vieira da Silva
Claudia Castellanos Pfeiffer



O homem desmata para abrir pastos.

O gado nos pastos gera gases formadores do EFEITO ESTUFA.

O homem deixa o campo e vai para a cidade.

O homem desbrava a cidade...

O homem desmata a natureza...

 

A desterritorialização do sujeito, em tempos de globalização também é outra regularidade presente em cartilhas para adultos, que se produz pela reiteração sobreposta de “planeta” a termos como “comunidade”, “ações cotidianas”. Podemos ler na página inicial de uma cartilha: “O título desta cartilha Semeando um mundo melhor reforça a ideia da responsabilidade de cada um de nós em fazer deste planeta um lugar onde as pessoas possam viver com dignidade, o que somente conquistaremos com ações drias e com adoção de hábitos ecologicamente corretos” (p. 2). “Portanto, Sr(a) Cidadão (ã), aproveite a leitura, reflita sobre o seu papel , envolva seus amigos, vizinhos, parentes, colegas de trabalho, faça parte deste movimento e descubra melhorar (sic) a sua qualidade de vida e de todos do planeta. Afinal, saco é um saco pra cidade, pro planeta, pro futuro e pra você”, reitera a cartilha do Ministério do Meio Ambiente (2011, p. 07).

Percebe-se, nas cartilhas examinadas, que a noção de “planeta” é central nessa discursividade, em que se deslocam sentidos e atualiza-se uma memória em relação aos laços de pertencimento do sujeito a um território, a uma pátria, nesse momento de reconfiguração das fronteiras mundiais e dos Estados nacionais, em termos geográficos, políticos, sociais.

Vivemos em um planeta em que os seres vivos se relacionam entre si e com o ambiente. Logo, quando falamos em meio ambiente,não falamos somente de árvores, bichos e natureza. Meio ambiente é o lugar em que vivemos! Nossa casa, nossa rua, nosso bairro, nossa escola, nossa cidade, estado, país... NOSSO PLANETA! (SEMEANDO UM MUNDO MELHOR, p. 3).

 

Nesse contexto, irrompe um discurso sobre o real e sobre as palavras, o que poderíamos chamar de um léxico sobre um domínio de conhecimento, em que ações são locais, individuais, mas o objetivo maior é o “planeta”, um “corpo celeste sem luz própria, em órbita ao redor de uma estrela, que possui massa suficiente para que a sua gravidade, além de permitir que assuma forma quase esférica, tenha órbita desimpedida (vale dizer, tenha sido capaz de eliminar outros corpos celestes da vizinhança da sua órbita) (Houaiss, online).