A urbanização de Campinas/SP e a produção de informação nas maiores ocupações da cidade


resumo resumo

Helena Rizzatti



A publicação do jornal é custeada através da publicidade, via pagamento de empresários, comerciantes e indústrias para divulgarem suas empresas. O valor da publicidade varia bastante de acordo com o tamanho e o ponto do jornal em que será exposta. As notícias publicadas são curtas e com informação de diversos tipos: compreendem desde acontecimentos e problemas dos bairros da periferia de Campinas até a reprodução das notícias divulgadas pela mídia corporativa. As mesmas notícias que são publicadas no jornal impresso encontram-se em seu blog: http://jornalemdestaquecampinas.blogspot.com.

Para além da informação veiculada pelo jornal ‘Em Destaque’, notamos a constituição da densidade comunicacional entre as periferias de Campinas. Trata-se de uma comunicação transmitida entre diversos lugares que não possuem, legalmente, tais vias de troca de conhecimento, saber e informação. Afora o jornal ‘Já Notícias’ (produzido pela RAC) com material de baixíssima qualidade e pouco informativo, que é distribuído na periferia da cidade valendo-se da precariedade informativa existente nesta parcela do município, não há nenhum incentivo para a existência de canais informativos entre estas frações da cidade; são fragmentos de Campinas que possuem diversas semelhanças, em função de resultarem de intenso processo de periferização e que são superficialmente retratadas e, quando o são, são realizados de maneira perversa e carregada de intencionalidades pelas mídias corporativas como demonstramos no item anterior.

Esse jornal ‘Em Destaque’ não passa despercebido pelos lugares em que é distribuído, pois, de acordo com os donos de fixos que o distribuem, a população sempre comenta as informações trazidas por eles. Além disso, se a publicidade não surtisse efeito sem dúvida não seria possível bancar uma tiragem de 24 mil exemplares. Concordamos, assim, com a afirmação de Silva (2005, p. 04)

 

Há um desafio político, que vislumbramos na passagem do período técnico-científico-informacional ao período popular: produzir informações geograficamente orgânicas e democratizá-las, dando potência à comunicação dos homens lentos (aqueles que vivem no lugar e não apenas circulam); tornarmo-nos sujeitos mais engajados na construção dos lugares em que vivemos.

 

Como explica também Souza (2006, pp. 261 e 267)