Sentidos (tra)vestidos: a individuação e a constituição do sujeito travesti pelo Estado


resumo resumo

Lidia Noronha Pereira
Telma Domingues Da Silva



travesti, através de ambos os cartazes, é trazida a público, significada como uma questão médico-sanitária e diretamente associada à prostituição, ao sexo sem compromisso, causando uma exposição do sujeito e o fechamento de sentidos sobre sua significação.

É importante ressaltar que os sentidos não se fecham e que outras interpretações possíveis sobre tais cartazes podem ser realizadas. O que nos interessa, de fato, é possibilitar a abertura do simbólico constituído, fortalecendo, então, a busca por sentidos outros. Assim, como trabalho do analista, nos compete de-superficializar o texto para se chegar ao processo discursivo. Na superfície de uma leitura comum, o Estado estaria “cumprindo seu papel”, “reconhecendo” o sujeito travesti como cidadão partícipe da sociedade. O que ocorre, para o analista, é como se dá esse reconhecimento que não escapa a certas determinações.

 

Referências Bibliográficas:

 

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Data de Recebimento: 22/07/2014
Data de Aprovação: 29/07/2015