Quando o editorial é carta enigmática: uma análise discursiva do rébus


resumo resumo

Angela Corrêa Ferreira Baalbaki



Fig. 1 – Editorial – CHC – nº 9         Fig. 2 – Editorial – CHC – nº 16

 

O editorial, tal como se apresenta, pode ser considerado um rébus. Mas o que seria um rébus? Em consultas a verbetes de dicionários, encontramos:

 

A) rébus - n substantivo masculino /enigma figurado que consiste em exprimir palavras ou frases por meio de figuras e sinais, cujos nomes produzem quase os mesmos sons que as palavras ou frases representam// et. fr. rébus (1512) 'equívoco, palavra tomada em outro sentido que não o natural', do lat. rebus, abl. pl. de res 'coisa, matéria'; ver re- (HOUAISS, 2001).

B) rébus - [Do fr. rébus.]S. m. 2 n. 1. O ideograma no estágio em que deixa de significar diretamente o objeto que representa para indicar o fonograma correspondente ao nome desse objeto (FERREIRA, 1986).

C) rébus - sm. 'o ideograma no estágio em que deixa de significar diretamente o objeto que representa para indicar o fonograma correspondente ao nome desse objeto' XX. Do fr. rébus, deriv. do latim rebus (ablativo pl de res) (CUNHA, 1987).

 

Nos dois últimos dicionários, há um sentido comum para rébus atrelado à fase arcaica da evolução da escrita. No dicionário Houaiss, há também a remissão ao enigma, ao equívoco. É o sentido de rébus como equívoco, uma palavra tomada por outra, que nos interessa observar.

Do ponto de vista linguístico, Kato (2002), ao comentar sobre o aparecimento e evolução da escrita, refere-se ao rébus como uma técnica de representação de palavras ou sílabas por pictogramas. Neste caso, utilizam-se apenas os sons dos nomes dos