Marie-Anne Paveau
Professora de Ciências da Linguagem da Universidade de Paris 13 Sorbonne Paris Cité. Faz parte da equipe do Laboratório Pléiade. Suas pesquisas abordam a teoria do discurso com uma dimensão filosófica e cognitivo.
La voix des sans-parole dans les technodiscours urbains
Dans cette communication, je voudrais montrer que les technodiscours urbains (Paveau 2015 [2014]), c’est-à-dire les discours natifs du web sous différents formats informatiques (sites, blogs, réseaux sociaux, applications) constituent des facteurs de solidarité avec les plus faibles, au-delà du stéréotype courant de l’individualisme et de la solitude dans la grande ville moderne.
La ville intelligente (smart city) n’est en effet pas seulement celle de la communication culturelle, de la géolocalisation, de l’écologie ou du développement durable. Elle est aussi, même dans une petite mesure et sous un regard utopique, la ville de la solidarité et d’un certain altruisme. À partir d’un corpus de technodiscours produits sur, pour et par les sans-abris parisiens, je décrirai comment la circulation et la disponibilité des discours produit de la mobilité urbaine, de la mobilité sociale, et parfois de la mobilité économique.
Si l’analyse du discours numérique (Paveau 2012-…) peut être fortement mobilisée pour rendre compte de ces mobilités discursives et urbaines, l’épistémologie et en particulier la réflexivité sur les objets, les enquêtés et les méthodes d’enquête, ainsi que les précautions éthiques du recueil de corpus en ligne doivent également être convoquées : je travaillerai à partir de la notion d’acteur faible issue de la sociologie (Payet 2011, Payet et al. 2008) et de l’intégrité contextuelle proposée par Helen Nissenbaum (Nissenbaum 2010). Ce travail voudrait ouvrir la thématique actuellement émergente des « urbanités numériques » en sciences de l’information et de la communication (Boullier 2000) vers les questionnements linguistiques et discursifs de l’analyse du discours.
Mots clés : acteurs faibles, disponibilité numérique, intégrité contextuelle, technodiscours urbains, urbanités numériques
Références
Boullier D., 2000, L’urbanité numérique. Essai sur la troisième ville en 2100, Paris, L’Harmattan.
Nissenbaum H., 2010, Privacy in Context: Technology, Policy, and the Integrity of Social Life, Palo Alto, CA: Stanford University Press.
Paveau M.-A., 2012-…, Dictionnaire d’analyse du discours numérique, Technologies discursives [carnet de recherche], http://technodiscours.hypotheses.org/category/dictionnaire-dadn
Paveau M.-A., 2015 [2014], « Ce qui s’écrit dans les univers numériques. Matières technolangagières et formes technodiscursives », Itinéraires ltc, dossier « Textualités numériques », http://itineraires.revues.org/2313
Payet J.-P., 2011, « L’enquête sociologique et les acteurs faibles », SociologieS [En ligne], La recherche en actes, Champs de recherche et enjeux de terrain, http://sociologies.revues.org/3629
Payet J.-P., Giuliani F., Laforgue D (dir.), 2008, La voix des acteurs faibles. De l'indignité à la reconnaissance, Rennes, Presses universitaires de Rennes.
Eni Puccinelli Orlandi
Pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos - Nudecri/Unicamp, professora e coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí e professora colaboradora do IEL da Universidade Estadual de Campinas. É pesquisadora 1A do CNPq.
Laura Gabrielle Goudet
Professora de Ciências da Linguagem da Universidade de Rouen, seu trabalho é focado no estudo de fóruns de internet, as formas nativas de escrita web.
« TU SAIS QUE TU VIENS DE [X] QUAND… » : IDENTITÉ VIRTUELLE ET URBAINE SUR FACEBOOK
Dans cette communication, je propose de montrer le rapport communautaire entre le discours sur des communautés virtuelles et le discours sur la ville, en m’appuyant sur un corpus Facebook de 392 pages dont le titre comporte le patron itératif « tu sais que tu viens de [x] quand », ainsi que sur le site tusaisquetuviensde.com, dont le sous-titre est « site d’échange sur la mémoire des villes ». Ce rapport mêle anonymat des rapports sur des réseaux sociaux (pas de nom déclaré aux curateurs de ces pages) et extrême précision des indications géographiques et personnelles : adresses, noms de commerçants y figurent librement. Ces pages intègrent vidéos, photographies et discours numériques qui évoquent tous la ville, dans le but de créer une communauté virtuelle fondée sur une communauté géographique. Les discours y sont souvent flatteurs pour la ville, et pour les membres qui partagent leurs souvenirs. Les critiques y foisonnent tout autant, et ces technodiscours s’appuient tous sur des éléments circonstanciés. Faire partie de la ville, reconnaître ses acteurs et leur rendre hommage contrevient à l’anonymat relatif et tacitement attendu des communautés virtuelles. Les métadonnées des pages donnent de bonnes indications quant à l’affection qu’ont les membres pour une ville dans laquelle ils ont vécu ou vivent encore : on pourra par exemple comparer le ratio adhérents/population réelle de ces villes. Les communautés virtuelles se fondent plus souvent sur une « communauté de pratique » (community of practice) qui agrège des membres par intérêt commun (Wenger, 1998). Il existe également des communautés créées autour d’un intérêt pour un lieu donné (Boullier, 2000 ; Goudet, 2015). La notion de « communautés imaginaires » (Anderson, 1991) sera convoquée pour croiser les discours nostalgiques sur la ville, pour ceux qui n’y habitent plus et la communauté virtuelle (Charaudeau, 2002). L’anonymat des réseaux sociaux (Peddinti et al, 2014) est court-circuité par les pratiques discursives des adhérents de ces pages.
Mots-clef : communauté imaginaire, identité culturelle, discours mélioratif, multimodalité, urbanités numériques
Références : Anderson, B. R. O. G. (1991). Imagined communities: Reflections on the origin and spread of
nationalism. London: Verso. Boullier D., (2000), L’urbanité numérique. Essai sur la troisième ville en 2100, Paris, L’Harmattan. Charaudeau P. (2002), "L’identité culturelle entre langue et discours", Revue de l’AQEFLS vol.24, n°1, Montréal. exogene.rkome (2014) Tu sais que tu viens de .fr [site web]. URL :
http://http://www.tusaisquetuviensde.com/ . Dernier accès : 28 mai 2015 Goudet, L. G. (2015), “Virtual Homeland : Scots as an interface of cultural recognition”. Colloque Home, Homeland, Patrie, Université de Rouen. Peddinti, S. T.., Keith, R., Justin, C. (2014), “On the internet, nobody knows you're a dog”. Proceedings of the second ACM conference / Online social networks (COSN '14) ACM, , New York, USA.
Cristiane Pereira Dias
Pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos - Nudecri/Unicamp e professora credenciada no Curso de Especialização em Jornalismo Científico (LABJOR/IEL) e no Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC - LABJOR/IEL). Desenvolve pesquisa sobre linguagem no espaço digital, espaço urbano, refletindo sobre a questão do sujeito e da produção de identidade no mundo contemporâneo.
Greciely Cristina da Costa
Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS). É líder do Projeto de Pesquisa "Imagens em suas discursividades". Suas são pesquisas voltadas para a compreensão das discursividades da imagem, para o funcionamento da denominação, e para a análise de discursos sobre a violência e a criminalidade
José Simão da Silva Sobrinho
Professor do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia. Desenvolve projetos de pesquisa e extensão em Análise de Discurso, no tema políticas de memória em práticas discursivas de patrimonialização e musealização.
MUSEUS VIRTUAIS E POLÍTICAS DE MEMÓRIA: CONFIGURAÇÕES DA FLÂNERIE CONTEMPORÂNEA
A prática discursiva da museografia vem se transformando nas condições de produção criadas pela mundialização e pela globalização. Uma das transformações mais significativas é o surgimento dos museus virtuais. Há, hoje, em torno de cinquenta museus virtuais em todo o mundo. As exposições de alguns desses museus resultam do trabalho de digitalização e montagem discursiva de acervos disponíveis para visitação presencial, como é o caso do Louvre. Em outros, as exposições são formadas por acervos que existem somente na forma digital, como o Museu da Pessoa. Neste ensaio, analisamos essas transformações que reconfiguram a flânerie e a prática museográfica na contemporaneidade, instaurando novas relações entre sujeito e espaço. Adotamos como hipótese de trabalho que “toda inovação histórica é renovatio, todo nascimento, renascimento. Uma tecnologia inédita vai reengendrar, num objeto sem precedentes, a imagem eletrônica, uma cultura eminentemente tradicional” (DEBRAY, 2003, p. 150). Nessa perspectiva atenta à historicidade dos objetos simbólicos, o que nos interessa é a compreensão dos funcionamentos discursivos, entendendo-se por funcionamento discursivo a atividade estruturante do discurso a partir das formações imaginárias que constituem as diferentes posições discursivas em jogo numa prática de linguagem. Mais especificamente, da perspectiva da Análise de Discurso, analisamos as transformações que as novas tecnologias de informação e comunicação, pelo modo como são apropriadas pelas ideologias, produzem nas políticas de memória da musealização, notadamente com o surgimento da museografia virtual.
Marta Kanashiro
Professora plena do Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural e pesquisadora do Laboratório de Jornalismo ambos da Unicamp. Suas pesquisas e trabalhos mais recentes voltam-se para vigilância eletrônica; segurança privada eletrônica nas cidades; monitoramento de dados pessoais, internet, cibercultura e redes sociais, sociologia da tecnologia e comunicação da ciência.
Mari Zulian
Terapeuta ocupacional e pesquisadora no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, atuando no CNRTA (Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva). Tem larga experiência na área de saúde física e educação, com ênfase em tecnologia assistiva, acessibilidade, Comunicação Alternativa (CAA), educação especial e inclusão, além de trabalhar com a formação de profissionais e capacitação nas áreas da tecnologia assistiva.