Ensino

Ensino do Waimiri-Atroari

Através do subprograma de Educação (SPE), implantado em 1988, iniciou-se um processo sistemático de alfabetização nesta língua. Algumas experiências educacionais foram anteriormente desenvolvidas por missionários e pesquisadores, entre os anos de 1985-1988 aproximadamente, nas aldeias de Iawara e Camanaú: a) a dos missionários do CIMI/OPAN, que priorizava o ensino da língua materna através do método de palavração; b) a dos evangélicos do MEVA, que elaboraram uma descrição preliminar da fonologia da língua, o que facilitou o ensino de matemática, português oral e alfabetização em língua materna, com objetivos evangelizadores; c) a experiência de pesquisadores em contrapartida a seu trabalho de pesquisa na área.  Segundo o SPE, essas experiências educacionais, além de descontínuas, trabalharam com diferentes sistemas ortográficos. Com base no estudo fonológico da língua e na experiência de campo, definiu-se o sistema ortográfico dos WA, que vem sendo adotado atualmente. 

O Programa Waimiri-Atroari registra atualmente um número de 449 alunos falantes do waimiri-atroari, sendo que desse total, 37,6% encontram-se alfabetizados ou semi-alfabetizados nesta língua, 48,6% em fase de alfabetização e 13,8% em pré-alfabetização. (PWA, dez/1996).

Algumas lideranças indígenas, e, principalmente os professores indígenas, além de  falarem  também a língua portuguesa já foram albetizados nesta língua. No final de 1993 constatou-se um grau de bilingüismo de 20% no total de uma população de 596, número que vem crescendo em decorrência desse processo de escolarização. Apesar de a alfabetização ser realizada em língua materna (waimiri-atroari), a introdução do ensino da língua portuguesa nas escolas indígenas waimiri-atroari tem favorecido o aumento de bilingües na comunidade. Vale ressaltar que o uso da língua nacional tem se restringido exclusivamente a situações de ensino e de contato intercultural (relações comerciais, jurídicas, etc). Segundo dados do Programa Waimiri-Atroari (1997), em dezembro de 1996 a comunidade contava com um número de 26 professores indígenas e 08 professores não-indígenas, todos falantes da  língua waimiri-atroari e do português. A média de aumento do número de alunos novos, correspondente à faixa que atinge a idade escolar, nos últimos anos (1992-1996) foi de cerca de 6,79%, índice a partir do qual podemos deduzir uma média de 7% da população infantil alfabetizada em língua waimiri-atroari e, possivelmente, dominando o português
 
 


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