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Ye`pâ-Masa
É a língua mais falada da região do Alto
Rio Negro, com aproximadamente 10 mil falantes, somando-se nativos do Brasil
e da Colômbia, número muito superior à própria
população Ye’pâ-masa. Isto se dá porque a língua
tornou-se hegemônica na área, refletindo a chamada “tukanização”
do ARN (Alto Rio Negro).
A organização política destes grupos sofre
grande transformação através do contato com missionários
salesianos, que reagrupam os povoados em “comunidades de base”. A língua
ye’pâ-masa foi descrita por Henri Ramirez, lingüista francês
(cf. A Fala Tukano dos Ye’pâ-masa, tomo 1 – Gramática e tomo
2 – Dicionário, Manaus: Inspetoria Salesiana Missionária da
Amazônia – CEDEM, 1997). De acordo com essa descrição,
possui 20 fonemas, sendo 6 vogais (a, e, i, ?,o, u ) e 10 consoantes (p,
t, k, s, h, b, d, g, w, y); o traço nasal; a laringalização;
duas melodias tonais tônicas, a alta e a a ascendente.
Na
visão dos nativos, as línguas do grupo Tukano são mutuamente
ininteligíveis, muito embora entre essas línguas, bastante
diferentes entre si, algumas apresentem maior proximidade, como Ye’pâ-masa
e Desano. Apesar das diferenças, os nativos dominam perfeitamente
várias línguas Tukano, bem como a língua geral (Nheengatú),
o português e o espanhol, havendo alguns que dominam de oito a dez
idiomas. Segundo Aryon Rodrigues, na bacia do Uaupés todos os membros
da sociedade são no mínimo trilíngües (Rodrigues,
1986:85), em um caso excepcional de multilingüismo, presente em muitas
outras regiões da Amazônia.
O multilingüismo é uma característica que tem
alcance penetrante na cultura Ye’pâ-masa, bem como no grupo Tukano
como um todo, destacando-se, nessas sociedades, a regra da exogamia lingüística
em que só se casam pessoas que falam línguas diferentes.
(T.D.)
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