Apresentação

Encerrando o ano, a revista Rua apresenta, em sua seção Estudos, um conjunto de textos que adentram nas diferentes formas de significar (n) a cidade. Começamos com o artigo Aproximações com a cidade [fictícia]: Gordon Matta-Clark, de Fernando Guillermo Vázquez Ramos, que traz uma fina análise do modo como obra de arte e acontecimentos urbanos podem se entrecruzar e dizer (d)a cidade. Também a partir de um olhar estético e subjetivo, Narrativas na cidade em álbuns fotográficos: a Fortaleza que se encontra em acervos fotográficos pessoais, de Cristina Maria da Silva e Francisco Felipe Pinto Braga, nos faz nos aproximarmos de uma forma de inscrição na cidade muito invisibilizada e de forte potência política. De modo semelhante, Natassia D’Agostin Alano, com seu artigo A biopolítica e o espaço urbano: considerações sobre o Centro de Florianópolis, perscruta as circulações de corpos na rua sob a configuração de dispositivos de vigilância que inscrevem sentidos possíveis de pertencimento à cidade. De seu lado, A ficcionalização dos espaços urbano e rural e a construção do ethos gaúcho na canção “Desgarrados”, de Elisane Regina Cayser e Luciana Maria Crestani, observa modos de pertencimento inscritos em canção de forte representação do Gaúcho, articulando memória e espaço na construção de processos identitários. Espaço urbano e subversão queer: ethos e cenografia na prática discursiva intersemiótica de Linn da Quebrada, de Redson Pagnan, permite-nos aprofundar as relações estabelecidas entre gênero, sexualidade e espaço urbano, a partir da prática discursiva intersemiótica de Linn da Quebrada. Refletindo sobre os dispositivos móveis, Por uma teoria do sujeito intervalar na experiência com a tela escura, de José Isaías Venera, nos apresenta a proposição de uma noção de sujeito intervalar a partir das experiências contemporâneas com os dispositivos móveis de acesso à internet. Também atentando-se ao digital, O sentido na relação da cidade linkada no digital de Soeli Maria Schreiber da Silva, reflete como a cidade se significa pelo digital, analisando enunciados e ícones que se formulam nesse espaço. Observando o discurso telejornalístico, Graziele Rodrigues de Oliveira, em seu artigo A violência urbana nas narrativas de telejornais e a construção do inimigo, trabalha com o legado colonialista no Brasil e o apagamento das questões sociais nas narrativas de telejornais sobre violência urbana. Em Deriva, Cartografia e Intervenção: A pequena cidade de Regente Feijó-SP e a preservação do Patrimônio Urbano, de Hélio Hirao e Matheus Alcântara Silva Chaparim, são apresentadas a prática da deriva situacionista e a produção de cartografias psicogeográficas como procedimentos metodológicos para o reconhecimento, intervenção e preservação do Patrimônio Urbano e Arquitetônico. Fechando a seção, temos Efeitos de sentidos de “palavras de amizade e boa vontade”: um estudo discursivo-desconstrutivo da intolerância e do preconceito marcados na Carta do Cacique Seattle, de João Paulo Machado Tinoco e Vania Maria Lescano Guerra, que procura compreender o processo da constituição identitária do sujeito indígena como articulado na Carta do Cacique Seattle (1854), a fim de apreender os efeitos de sentidos de intolerância e preconceito. Na seção Resenhas e Notícias, temos o livro Efeitos da língua em discurso, organizado por Amanda Scherer, Lucília Souza, Vanise Medeiros e Verli Petri, resenhado por Ana Paula Correa, Andressa Brenner, Bruna Cielo e Denise Machado Pinto, além das notícias sobre as principais atividades desenvolvidas pelos pesquisadores do Labeurb da Unicamp. E na seção Artes, somos brindados com Canteiros: Posição de avanço: Fotografia e Obra de Natalia D’Agostin Alano.

Boa leitura!





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