Rede social, colaboração e mobilidade: o caso do aplicativo urbano Colab no Brasil.


resumo resumo

Alexandre Campos Silva
Clayton Policarpo



Introdução a cidade conectada

Formas e artefatos comunicacionais operam na transformação dos espaços de sociabilização, desde o surgimento das primeiras cidades até as metrópoles contemporâneas. A constante evolução nos meios comunicativos modifica nossa maneira de perceber o entorno e se relacionar com ele: tecnologias digitais, ambiente e sujeito se permeiam como componentes integrantes de uma nova paisagem pós-urbana.[1] Como decorrência de um crescente fluxo de informações, cada vez mais acessíveis, possibilitadas pela introdução da rede e a disseminação de dispositivos móveis, as concepções dualistas entre espaço virtual e físico, e a dicotomia de entrada e saída do ciberespaço, são dissipadas e se abrem em uma nova mesclagem irreversível de características intrínsecas a universos virtuais e ao mundo concreto, essas fissuram moldam espaços de intesecção entre o presencial e o virtual, suturas definidas por estudiosos sob os nomes de espaço instersticial[2] (Santaella, 2010, p. 99), território informacional (LEMOS, 2011, p. 23) e espaço híbrido (SOUZA e SILVA, 2006 apud SANTAELLA, 2010, p. 99) e espaço ATÓPICO (Di FELICE, 2009, p. 221).

Pensar a cidade contemporânea é analisar as camadas que a constitui. Ao longo da história do urbanismo a introdução de novos objetos e novas tecnologias se sobrepuseram, e permitiram a coexistência de diferentes tempos na metrópole do século XXI.

O desenvolvimento de equipamentos móveis de comunicação, que passam a concentrar recepção, criação e distribuição de conteúdo somado a computação pervasiva, possibilita a transposição de funções antes restritas a pontos específicos, para o território urbano, a cidade comunicante não mais se conforma como mero receptáculo de ações ou uma via de mão única para exposição de informações. A espacialidade que surge se redesenha e inova a cada resposta, e no espaço social se alimenta de apropriações e de ações que a integram em uma escala mundial, redefinindo a noção de habitar a metrópole, e reconfigurando a percepção da própria paisagem.

Habitar a cidade contemporânea é conduzir-se por arquiteturas fluídas. Lemos (2011, p. 16) descreve três dimensões fundamentais da mobilidade: a do pensamento – a



[1] Conceito apresentado por Massimo Di Felice em seu livro Paisagens Pós-urbanas – O fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009.

[2]  No decorrer do trabalho, optamos por utilizar o termo espaço instersticial, uma vez que este parece abordar de forma mais efetiva dissoluções entre espaços físicos e ciberespaço.















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