No âmbito da Linguística Aplicada (LA), área na qual se insere esta pesquisa, existem inúmeros estudos que relacionam discurso e vida e que traçam um quadro epistemológico da LA contemporânea, visto que esta investiga o papel da linguagem na construção da realidade. Moita Lopes (2006, p. 14) afirma que essa área de estudos deve dialogar mais e mais com “teorias que estão atravessando o campo das ciências sociais e das humanidades”.
Nesse contexto, este trabalho busca “ouvir” o que dizem dois poetas potiguares[1] nos dois extremos do século XX: o início e o fim. Tentando compreender e interpretar os sentidos produzidos por seus discursos, objetiva-se identificar a construção de identidades culturais[2] da cidade de Natal. Não se trata de discutir a arte em uma dimensão temporal, mas de entendê-la como sendo capaz de moldar a cidade em determinado espaço de tempo. São discursos poéticos que contêm e compõem representações identitárias da cidade em dois momentos precisos.
Investigar o discurso a partir dessa perspectiva é compreendê-lo como uma construção social. É analisar como os participantes envolvidos na construção dos diferentes significados agem no mundo em condições sócio-históricas específicas e sobre ele constroem como sujeitos sociais (MOITA LOPES, 2002). Essa visão indica que a construção identitária emerge na interação entre indivíduos de forma que um se posiciona em relação ao outro. De acordo com a concepção de linguagem bakhtiniana,
Denominação (gentílico) dada às pessoas nascidas no estado do Rio Grande do Norte (também, norte-rio-grandense ou rio-grandense do norte).
Entende-se identidade cultural conforme Hall (2003; 2005).
[1] Denominação (gentílico) dada às pessoas nascidas no estado do Rio Grande do Norte (também, norte-rio-grandense ou rio-grandense do norte).
[2] Entende-se identidade cultural conforme Hall (2003; 2005).