A expansão urbana de Americana e a questão regional


resumo resumo

Geise Brizotti Pasquotto
Paula Francisca F. da Silva
Luana de Souza e Sousa
Viviane Garcia
Mariana Scarpinatte M. da Silva



  1. Introdução

A correlação entre municípios em um mesmo sistema faz surtir a necessidade da criação de relações político-administrativas que superem o obstáculo da fragmentação e descentralização gerenciais e possam atuar de forma eficaz nos campos econômico, social e urbano (SEMEGHINI, 2006, p. 8-10). Para tanto, foram instituídas na década de 1970, as primeiras regiões metropolitanas brasileiras definidas conforme critérios populacionais (magnitude da aglomeração urbana e conurbação) e correlação socioeconômica e funcional entre determinados municípios.

No Brasil, existem 26 regiões metropolitanas institucionalizadas, abrangendo 390 municípios e 39% da população total do país (SUGIMOTO, 2008, online). A partir da Constituição de 1988 houve um aumento no número de regiões metropolitanas instituídas pelo governo estadual de São Paulo. Em 19 de Junho 2000, a Região Metropolitana de Campinas - RMC foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 870, com dezenove municípios[1], onde residiam 2,3 milhões de habitantes (SEMEGHINI, 2006; p. 5). Os municípios consolidados como RMC desempenham uma estrutura socioeconômica representativa no país (CANO; BRANDÃO, 2002, p.13). Em 2014, por meio da Lei nº 1532, o município de Morungaba foi adicionado, totalizando 20 municípios na RMC.

A RMC faz parte do chamado "Complexo Metropolitano Expandido" também conhecida como Megalópole do Sudeste Brasileiro (QUEIROGA, 2005), que ultrapassa os 29 milhões de habitantes e que configura aproximadamente 75 por cento da população do estado (Figura 1). A RMC forma uma grande rede urbana, com a maioria de seus municípios conurbados, e essa rede, segundo Soares (2003, p. 82) é influenciada pelo capitalismo e apresenta-se como “uma estratégia na acumulação de capital, que tem como expressão as cidades, dotadas continuamente de meios técnicos científicos, entre eles [...] um sistema de comunicação e meios de transporte que permite a expansão do mercado” e assim facilita a distribuição de informações e mercadorias para as outras cidades da região. Segundo Cano e Brandão (2002, p. 338), o espaço é resultado de “dinâmicas do meio ecológico e dos sujeitos sociais, por estruturas e movimentos, por coisas fixas e fluxos”. Estes fluxos, como o transporte de mercadorias e de pessoas, tem um papel estruturador no espaço urbano (VILLAÇA, 1998).

 

A macrometrópole, suas regiões e áreas de expansão no estado:



[1] Campinas, Sumaré, Americana, Indaiatuba, Hortolândia, Santa Bárbara D'Oeste, Valinhos, Itatiba, Paulínia, Vinhedo, Cosmópolis, Nova Odessa, Monte Mor, Jaguariúna, Artur Nogueira, Santo Antônio de Posse e Engenheiro Coelho.