Se o mercado de trabalho é um termômetro para se compreender o aumento e a diminuição das entradas de imigrantes e refugiados em determinados contextos econômicos e políticos da história do país, também oferece parâmetros para se analisar as oscilações desses diferentes tipos de hostilidade contra o “estrangeiro”.
[1] Embora tenham sempre existido, não há dúvida de que os diferentes tipos de agressões a imigrantes e refugiados se intensificaram sobremaneira no ano de 2015, com o aumento das taxas de desemprego no país (pelos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Seade/Dieese, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo subiu ininterruptamente durante todo o ano, atingindo 13,7% em julho de 2015). No caso citado, a despeito de as balas terem sido de “chumbinho”, não deixaram de ferir e, principalmente, ameaçar pelo medo essa base social da imigração no Brasil contemporâneo.