Ao contrário do distanciamento dos imigrantes em relação aos sindicatos, o estudo de Santos (2014) faz transparecer a existência de uma disputa de forças para canalizar seus espaços de organização política e cultural, por parte de entidades religiosas, partidos políticos e organizações não governamentais. Como a comunidade boliviana representa uma das principais nacionalidades de estrangeiros na cidade de São Paulo, com muitos já naturalizados e outros potenciais futuros eleitores (por nascimento, casamento ou paternidade em solo nacional), representa o principal alvo dessa “cooptação”, notadamente pelos partidos políticos. Entretanto, o autor mostra que há igualmente ações coletivas mais independentes por parte desses imigrantes. Nesse sentido, conforme destaca, as diferentes associações de caráter cultural têm um papel potencialmente político não desprezível.