Rede social, colaboração e mobilidade: o caso do aplicativo urbano Colab no Brasil.


resumo resumo

Alexandre Campos Silva
Clayton Policarpo



como uma definição política que tem a ver com os objetivos que uma sociedade determina para si (SANTOS, 1979). Ora, e se vivemos na sociedade do conhecimento, onde a informação é determinante na formação do sujeito, o acesso à rede e a ferramentas que propiciem a interação entre homem e meio, devem fazer parte de qualquer caráter de pobreza. Deste modo, se fazem necessárias políticas públicas voltadas ao desenvolvimento no setor.

Contudo, gestores públicos, urbanistas e profissionais que se dedicam a mediar os problemas diários e palpáveis das metrópoles, se veem diante da dificuldade em superar o paradigma da intangibilidade das estruturas de TICs, dado que em sua essência, estas são compostas por elementos difíceis de serem precisados, o que por muitas vezes resulta na não compreensão por parte de políticas públicas das relações reestruturadas e definidas entre o cidadão e o meio (FIRMINO, 2011, p. 15).

 

Considerações finais

Com a constante disseminação de dispositivos móveis de produção, recepção e difusão de linguagem, a experiência de percorrer a cidade adere a múltiplas camadas e torna evidente o papel do cidadão como agente produtor de signos que se incorporam a urbe, e tornam-se capazes de transpor barreiras entre a cidade e suas representações, e aproximar gestores da população e suas necessidades.

O Colab vem se firmando como uma plataforma capaz de integrar o cidadão ao seu entorno imediato e com base no apoio de órgãos responsáveis promover melhorias na cidade. Um ano após seu lançamento, a rede conta com quase 30 mil usuários distribuídos em 1247 municípios em todo Brasil, dos quais de acordo com informações divulgadas pelo grupo de desenvolvedores, 10 cidades já utilizam a rede como canal oficial para contato com o cidadão, driblando dificuldades da iniciativa pública em aderir as TICs.

Com mais de 5 mil fiscalizações e 1400 melhorias sugeridas, a rede comprova que a adesão e engajamento dos usuários, reforça o potencial colaborativo observado na web 2.0, trazendo um ambiente de não-linearidade e interatividade. O que fica evidente, é que com a disponibilização de ferramentas que possibilitem uma intervenção no meio físico pelo cidadão comum são efetivamente abolidos os padrões rígidos criando caminhos diversos que rompem com os padrões hegemônicos de governo. A multiplicidade de conexões e de interatores, gera uma mobilização efetiva de competências, a chamada inteligência distribuída, inteligência coletiva (LÉVY 1997, p. 28)